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Um futuro melhor com a ciência do Rio de Janeiro

UFRJ é destaque em concurso de teses e dissertações em prol de melhorias para o estado e para a população fluminense

Melhorar a qualidade de vida da população fluminense por meio da ciência é a meta que o Fórum de Reitores das Instituições Públicas de Educação do Estado do Rio de Janeiro (Friperj), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e o Instituto Pereira Passos (IPP) querem atingir com a premiação de teses de doutorado e dissertações de mestrado sobre o estado do Rio e a região metropolitana.  O total de 46 mil reais em prêmios foi distribuído no dia 15/12, sexta-feira, no auditório da Casa Firjan de Botafogo.

O pesquisador Leandro Galheigo Damaceno, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ficou com o primeiro lugar na categoria “mestrado”, com a dissertação “Trajetória Institucional e Desigualdade na Região Metropolitana do Rio de Janeiro”, sob a orientação do professor Cristiano Fonseca Monteiro. Damaceno é do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (PPED), do Instituto de Economia (IE).

Divididos em primeiro e segundo lugares de doutorado e mestrado e sete menções honrosas especiais, 11 pesquisadores foram premiados no evento na Casa Firjan. A UFRJ ficou ainda em segundo lugar na categoria “doutorado”, com a tese de Guilherme de Oliveira Santos, orientada por Renata Lèbre La Rovere, e a menção honrosa, na mesma categoria, a Israel Sanches Marcellino, cuja orientação foi do professor José Eduardo Cassiolato. Dos 242 trabalhos concorrentes, 141 eram dissertações e 101, teses.

De acordo com a secretária municipal de Tecnologia do Rio de Janeiro, Tatiana Roque, a articulação entre o setor privado, os diversos níveis de governo estadual e municipal, os centros de pesquisas e as universidades é essencial para enfrentar os desafios com as mudanças climáticas. “Esse é o primeiro passo que está sendo dado aqui. Agora, o segundo é implementar essas ideias. Já temos algumas em curso, como o Porto Maravalley e o Centro de Inteligência Artificial, entre a prefeitura e a Coppe, voltadas para resolver os problemas da cidade”, disse, na abertura do evento.

Para o reitor da UFRJ, Roberto Medronho, é preciso estudar mais sobre o estado, o município e a região metropolitana, além de outras áreas. “A UFRJ se destacou nessa primeira premiação, pois foram vários os premiados. Fica aqui um grande agradecimento a todo o corpo docente e social que atua diretamente na pós-graduação, sejam professores ou técnicos-administrativos em Educação, e aos alunos também”, declarou Medronho após entregar o prêmio a Damaceno.

“O meu trabalho é fruto de inquietações, e convido todos a conhecerem minha dissertação. Além de pai, sou servidor estadual na carreira de políticas públicas, e o que me levou a desenvolver o tema foi o ambiente institucional à minha volta, para tentar entender como chegamos até aqui e buscar saídas para a realidade de nosso estado”, afirmou o ganhador. Damaceno, com bom humor, chegou a arrancar risos da plateia ao comentar que, ao iniciar as pesquisas, tinha dois filhos e que agora já tem quatro. Segundo ele, é possível conciliar o mestrado com outros afazeres da vida.

Um dos componentes da banca avaliadora, professor Mauro Osório da Silva, lembrou que o Rio passa por uma crise estrutural e há muito a se investigar. Um exemplo, de acordo com Silva, é a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), potência em termos de saúde pública no estado. “Mesmo assim a taxa de mortalidade materna no Rio é maior que no nordeste brasileiro”, comparou. “A ideia é trazer as universidades para esse debate. O Rio tem pouca tradição de debate regional. Estamos procurando entender os problemas, pois temos um conhecimento enorme, mas pouco a serviço do estado e de soluções”, completou.

O presidente da Faperj, Jerson Lima, ratificou que diversas ações já são apoiadas para o desenvolvimento do estado. Porém, quando é firmada uma parceria específica com o Friperj e o IPP, há um foco que surpreende, segundo ele: “Basta ver os títulos dos diversos trabalhos e perceber que temos agora de ser mais integrativos, pois há potencial em diversas áreas: turismo, agroecologia, indústria, saúde e outras. Há problemas de desigualdade. Mas não vamos ficar só na premiação, vamos apoiar também a publicação dos trabalhos”.