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Agência Nacional do Petróleo premia projetos inovadores da UFRJ

Metodologia inovadora para identificação de hidrocarbonetos e medição de ozônio é destaque na categoria Meio Ambiente, Transição Energética e Descarbonização

O Laboratório de Cinética Aplicada à Química Atmosférica e Poluição, do Instituto de Química (IQ/UFRJ), venceu o Prêmio ANP de Inovação Tecnológica 2023 na categoria Meio Ambiente, Transição Energética e Descarbonização. Em parceria com o Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes/Petrobrás), os pesquisadores apontam no projeto uma metodologia inovadora para a identificação de hidrocarbonetos e a medição de ozônio (O3), um dos principais poluentes do ar. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) promove a premiação para valorizar projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I).

A iniciativa busca controlar a emissão de hidrocarbonetos  – formados por átomos de carbono e hidrogênio – que são liberados na queima de combustíveis como a gasolina e o etanol e reagem com outros elementos, produzindo ozônio. Atualmente, o método do Conselho de Recursos Atmosféricos da Califórnia (Carb) é o principal medidor dos níveis de O3. Todavia, “ele não é adequado para etanol, porque foi desenvolvido para as gasolinas dos EUA”, afirma a professora Graciela Arbilla, coordenadora do laboratório. O projeto adapta a medição “para o contexto de nossos combustíveis, com um custo de aproximadamente metade do procedimento do Carb e segue as normas recentes da agência ambiental dos Estados Unidos quanto a critérios de qualidade”, ressalta Arbilla. 

A metodologia  desenvolvida pelo IQ e pelo Cenpes consiste em coletar as emissões dos veículos e analisá-las por meio da cromatografia a gás multidimensional de corte. O laboratório utiliza apenas um cromatógrafo e dispensa o uso da criogenia, usada pelo método do Conselho de Recursos Atmosféricos da Califórnia. As análises também permitem medir eteno e etano, compostos importantes que ajudam a calcular o potencial para formar ozônio. Os resultados das pesquisas foram usados pelo Ministério do Meio Ambiente a fim de estabelecer os limites da fase L8 do Programa de Controle de Emissões Veiculares (Proconve), que prevê a redução das emissões de poluentes por veículos de passageiros e comerciais leves. 

A UFRJ também foi premiada nas categorias Projetos na Área de Transporte, Dutos, Refino, Abastecimento e Biocombustíveis e Dissertação de Mestrado. O evento  contou com transmissão ao vivo pelo canal da ANP no YouTube

*Sob a supervisão do jornalista Sidney Rodrigues Coutinho.