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Educação e autocuidado: o papel da terapia ocupacional na qualidade de vida

Descubra como o autocuidado e a terapia ocupacional são essenciais para o bem-estar físico, emocional e mental

Com o ritmo acelerado da vida moderna, mais pessoas têm percebido a importância do autocuidado para promover uma vida saudável. O autocuidado é o conjunto de ações que uma pessoa realiza em benefício da própria saúde. É uma prática que envolve o reconhecimento e respeito às necessidades físicas, emocionais e mentais de cada indivíduo. Instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Dia Internacional do Autocuidado foi comemorado em 24 de julho para relembrar sua importância diariamente.

Em uma cultura voltada para a produtividade e a busca incessante por metas, muitas vezes o autocuidado é negligenciado. No entanto, é importante compreender que cuidar de si mesmo não é egoísmo, e sim um ato essencial para manter-se saudável e ter boa vida. A OMS afirma que a redução de fatores de risco pessoais, como falta de atividade física ou tabagismo, pode prevenir, por exemplo, 81% das doenças do coração.

A prática é um fator de prevenção de problemas de saúde. Ao adotar hábitos saudáveis, como alimentação adequada, exercícios físicos e gestão do estresse, as chances de desenvolver doenças crônicas e transtornos mentais são reduzidas significativamente. O autocuidado também pode melhorar a qualidade de vida, aumentando a força diante de adversidades.

Esse autocuidado assume diversas formas, desde a prática regular de exercícios físicos, alimentação balanceada, sono adequado, até momentos de lazer, relaxamento e expressão emocional. É um processo de aprendizagem que requer esforço e conscientização, especialmente em culturas nas quais essas práticas não são enfatizadas. O estudo “Self-Care Readiness Index”, da Federação Internacional de Autocuidado (GSCF, sigla em inglês), mostra que, entre os dez países participantes, o Brasil ocupa a quarta posição no ranking dos que mais praticam autocuidado. Apesar da recomendação dos profissionais de saúde, ainda existe a falta de investimentos na qualidade do sistema de saúde e no acesso à informação.

Uma das áreas que dialogam com o autocuidado é a terapia ocupacional, que utiliza a atividade humana como base para desenvolver projetos terapêuticos específicos. A doutora Carolina Grego Del Cole, do curso de Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, explica que o “profissional avalia o paciente, identificando as alterações em suas funções práticas, considerando sua faixa etária e/ou desenvolvimento pessoal, familiar e social”. Com base nessa avaliação, elabora um projeto terapêutico adequado a fim de favorecer o desenvolvimento das capacidades psico-ocupacionais.

As intervenções realizadas pelo terapeuta ocupacional têm o objetivo de restaurar ou melhorar as habilidades funcionais dos pacientes, promovendo a independência e participação ativa nas atividades cotidianas. Além disso, a terapia ocupacional envolve a adaptação de ambientes, que se tornam mais acessíveis e seguros, bem como o desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais.

Curso na UFRJ

O curso de Terapia Ocupacional da Universidade é uma graduação de nível superior com duração média de quatro anos, oferecido em regime integral. O currículo abrange ampla variedade de disciplinas teóricas e práticas. Elas proporcionam aos alunos base sólida de conhecimento em várias áreas.

Os estudantes têm a oportunidade de aprender sobre anatomia e fisiologia do corpo humano, processos psicológicos, ergonomia, saúde mental, saúde pública, terapia ocupacional em diferentes contextos, ética e legislação, entre outras disciplinas fundamentais à prática profissional.

Ao concluir o curso e obter o diploma, o graduado estará apto a buscar o registro profissional junto ao órgão regulador, o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito). O terapeuta ocupacional qualificado e habilitado  atua em diversas áreas de especialização reconhecidas pelo Coffito: acupuntura, contextos hospitalares, sociais, escolares, saúde da família, saúde mental, gerontologia etc.

A terapia ocupacional é uma profissão importante que desempenha papel significativo na promoção do autocuidado e da qualidade de vida de indivíduos com diferentes necessidades. Por meio de terapias e do foco na atividade humana, os terapeutas ocupacionais ajudam as pessoas a desenvolverem habilidades para cuidarem de si, com independência e consciência da saúde em suas vidas cotidianas.

As atividades ocupacionais têm um papel crucial. Por meio da terapia ocupacional, elas podem ser adaptadas e trabalhadas de forma terapêutica, ficando mais acessíveis. “Aprender a praticar o autocuidado pode requerer esforço e conscientização, mas é fundamental para promover uma vida mais saudável e equilibrada”, relata Carolina.