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UFRJ lança sua primeira incubadora social e ambiental

Inyaga pretende investir em projetos capazes de transformar a vida da população; primeiro edital deve sair ainda em junho

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) inaugurou a Inyaga, uma incubadora de negócios voltados para o impacto social e ambiental. A inauguração aconteceu na última terça-feira (30/5). O evento contou com a presença de professores, decanos e funcionários da Universidade, celebrando mais um passo importante no campo da inovação.

O nome Inyaga significa “nossa terra” na língua indígena ka’apor, pertencente à família tupi-guarani. A iniciativa é fruto da parceria entre a Faculdade de Administração e Ciências Contábeis (Facc) e o Parque Tecnológico, visando unir ciência, tecnologia e inovação para promover soluções transformadoras e impulsionar o progresso do país. A professora Eliane Ribeiro é a idealizadora desse projeto pioneiro. Durante a inauguração, ela descreveu a Inyaga como uma iniciativa comprometida em colocar o coração em tudo o que faz para contribuir para o desenvolvimento do país: “É uma vontade de transformar, de melhorar as condições de vida das pessoas”.

A Inyaga fica nos fundos da Inovateca, no Parque Tecnológico da UFRJ, e é o primeiro projeto do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE) presente no local. A previsão é que, em junho, seja lançado o primeiro edital para seleção de empresas e parceiros. O processo começará com o edital para associados, no qual as pessoas poderão utilizar os benefícios oferecidos pela Inyaga. Inicialmente, o documento contemplará seis empreendimentos, com a perspectiva de aumento gradual de vagas. A avaliação dos projetos no edital considerará o foco e a preocupação das empresas em relação ao impacto social e ambiental. A intenção é pontuar essas questões, buscando parceiros adequados e viabilizando as ideias que possam gerar mudanças positivas.

O projeto também terá aproximação com a pós-graduação no desenvolvimento de inovações, produtos, negócios e ideias. Segundo Ribeiro, outras unidades da UFRJ demonstraram interesse em contribuir, assim como parceiros do setor privado e do poder público que pretendem investir em empresas que tenham como base a preocupação com o impacto social e ambiental.

Durante a inauguração, o diretor do Parque Tecnológico, Vicente Ferreira, ressaltou que toda empresa gera impacto social e ambiental, mas a Inyaga planeja cuidar dos negócios que têm isso como foco, para poderem se tornar sustentáveis e promover mudanças positivas na vida das pessoas.

“A gente está falando de algo que hoje infelizmente ainda é raro. Mas a nossa esperança é de que em algum tempo ninguém conceba empreender se não tiver como base melhorar a sociedade e o meio ambiente em que vivemos. Se tudo correr bem, isso não fará sentido”, declarou o diretor.

O decano do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE), Flávio Alves Martins, ressaltou a importância de integrar os órgãos da universidade à vida acadêmica, administrativa, social e política. Ele destacou que o desenvolvimento econômico deve ser precedido pelo social ou “vamos continuar a construir um país com assimetrias abissais e alienados daquilo que acontece para além dos muros”.

O reitor em exercício, Carlos Frederico Leão Rocha, apontou para a importância de repensar o processo inovador e de extensão universitária. Ele ressaltou que a pesquisa na universidade deve contribuir para o desenvolvimento econômico e social do país.

“Porque a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão exige que a pesquisa se estenda à sociedade. A extensão não pode ser um processo isolado. Ela exige que o ensino e a pesquisa caminhem junto com ela”, afirmou o reitor. Rocha ressaltou que é fundamental que a universidade repense a importância da extensão, e a compreenda como um processo amplo e de mudança social.

A coordenadora e idealizadora do projeto, Eliane Ribeiro, enfatizou a importância do empreendedorismo para a geração de empregos e destacou que a universidade deve levar para a sociedade aquilo que produz de melhor. Ela frisou que o mercado de trabalho não tem lugar para todos, e que o empreendedorismo é fundamental para manter as pessoas trabalhando:

“A verdade é que o empreendedorismo é fundamental para a manutenção dos empregos. Por isso a geração de trabalho e renda é uma preocupação nossa”.