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UFRJ assina contrato com consórcio responsável pelo “novo Canecão” e por série de contrapartidas à Universidade

Consórcio Bônus-Klefer também construirá Espaço Cultural da UFRJ, dois edifícios acadêmicos e um restaurante universitário no campus Praia Vermelha

Atualizado às 15h03 de 12/6/2023

A UFRJ assinou, nesta quarta-feira, 7/6, na Inovateca, no Parque Tecnológico, a concessão de 30 anos de área no campus Praia Vermelha com o equipamento cultural multiuso, o “novo Canecão”, junto ao Consórcio Bônus-Klefer. O grupo também será responsável por uma série de contrapartidas à Universidade.

Além de investir na parte cultural, o consórcio precisará construir um restaurante universitário no campus Praia Vermelha com capacidade para fornecer duas mil refeições por dia, além de dois prédios acadêmicos no mesmo campus. Isso possibilitará que o Palácio Universitário concentre atividades de pesquisa e extensão das unidades ali atuantes.

O pró-reitor de Gestão e Governança da UFRJ, André Esteves, conduziu o momento de assinaturas | Foto: Moisés Pimentel (SGCOM/UFRJ)

Segundo Carlos Frederico Leão Rocha, reitor da UFRJ em exercício, a Universidade devolverá um importante espaço cultural para o Rio. “É um projeto crucial para a arte e a cultura, não só para a UFRJ, mas também para a sociedade carioca e brasileira que visitou e assistiu aos inúmeros shows da MPB naquele espaço icônico, no campus Praia Vermelha, que é da nossa Universidade Federal do Rio de Janeiro. Pretendemos reabrir essa casa de cultura não só para atender a demanda da sociedade por um palco que seja de altíssima qualidade acústica naquela região do Rio de Janeiro e que atenda à classe artística, mas também para que seja palco para a interação entre essa área cultural e os cursos da UFRJ, que são vários na área de direção teatral, música, dança, só para citar alguns”, afirma.

Luiz Oscar Niemeyer, representante do consórcio Bônus-Klefer, comentou sobre o projeto | Foto: Moisés Pimentel (SGCOM/UFRJ)

Para Luiz Oscar Niemeyer, representante do consórcio, o sentimento é de alegria. “Realizei muitos shows no Canecão como empresário de artistas. A comunidade artística brasileira se ressente da ausência do Canecão. E ele é um ícone do Rio de Janeiro, importantíssimo para a cidade. Agora vamos retomar isso para a cidade, e é uma alegria enorme! A gente, que é carioca, poder trazer de volta para o Rio de Janeiro o Canecão e, para mim, como produtor de espetáculos que sou, poder estar liderando esse projeto é muito satisfatório”, afirmou. “As obras devem levar de dois a dois anos e meio para serem concluídas. Mas a motivação é gigante para fazer um belo trabalho e dar de volta para o Rio o Canecão, uma época feliz para o Rio”, disse. “Começaremos a trabalhar os projetos de arquitetura e detalhamentos. Temos nove meses para ter isso definido e aprovado pela UFRJ. A partir de então, as obras começam”, completou Niemeyer.

O BNDES havia sido contratado pela UFRJ para conduzir a modelagem desse processo. Para Luciene Machado, gerente de Estruturação de Projetos do BNDES, o projeto foi um desafio. “Não é um espaço [Canecão] qualquer. É um espaço a que todo carioca é emocionalmente vinculado. É um espaço que há muito tempo está fora da vida da cidade. Agora, sobretudo, é um patrimônio público, da UFRJ. Então, a modelagem precisaria considerar isso também. Tínhamos uma pressão por tempo para devolvermos esse espaço o mais rápido possível, levando em conta os interesses da Universidade de ter um uso compartilhado e receber em contrapartida melhorias e ampliação de infraestruturas universitárias que são essenciais para o seu funcionamento em sua atividade-fim. Então, é um conjunto de interesses a serem conciliados muito complexo e que demandou muito do Banco”, disse. “Essa atividade de estruturação de projetos no Banco ainda era incipiente. Acho que fomos crescendo junto com o projeto da UFRJ e do Canecão. Estamos felizes e mais capacitados para oferecer soluções similares a outras universidades e instituições públicas”, apontou Luciene. 

Ao fim do evento, representantes da UFRJ, do BNDES e do consórcio Bônus-Klefer cederam entrevistas a veículos de imprensa presentes, como GloboNews, O Globo e g1.

A concessão

O período de concessão do espaço é de 30 anos, e o valor mínimo para outorga é de R$ 625 mil. O consórcio Bônus-Kefler precisará fazer intervenções que chegam a R$ 137,7 milhões em todo o projeto, sendo R$ 53,7 milhões nas instalações acadêmicas e R$ 84 milhões na parte cultural.

A limitação da taxa de ocupação é de 30%, e o gabarito é de 20 metros, com pelo menos 70% de área de livre circulação. A UFRJ terá direito a uso de 270 dias por ano do Espaço Ziraldo e a 50 dias por ano do espaço cultural multiuso.

A área total com intervenções tem 15 mil metros quadrados entre as imediações do Shopping Rio Sul, onde ficava o antigo Canecão, e o novo espaço multiuso (próximo ao campo de futebol). A ideia é que esse espaço vire uma nova área pública de lazer. 

O projeto conceitual prevê que o “novo Canecão” será em formato multiuso. O consórcio precisará oferecer pelo menos três mil lugares no módulo “show”, com público em pé, ou 1,5 mil lugares sentados. O uso do nome “Canecão” não é obrigatório, já que o espaço pode ser batizado com a marca de um patrocinador, o que é conhecido como naming rights.

O leilão

No dia 2/2, o consórcio Bônus-Klefer venceu a disputa de lances no leilão, como divulgou o Conexão UFRJ. O consórcio fez lance final de R$ 4.350.000,00. O valor foi quase sete vezes maior do que o valor mínimo de outorga, que era de R$ 625 mil. A sessão ocorreu no Edifício Ventura.

O grupo WTorre Entretenimento e Participações Ltda perdeu a concorrência, com lance final de R$ 4.050.000,00.

Veja fotos de projeção de como poderá ser o “novo Canecão”. As imagens são meramente ilustrativas.