No fim de março, o Plano Diretor 2030 para a Universidade Federal do Rio de Janeiro foi aprovado em sessão ordinária pelo Conselho Universitário (Consuni). Com o lema “Preservar o passado, gerir o presente, edificar o futuro”, ele pretende aperfeiçoar infraestruturas, ordenar a expansão da instituição e planejar destinação e uso de seus recursos em áreas e instalações.
Entenda do que se trata o Plano Diretor (PD) UFRJ 2030
O PD apresenta uma nova estrutura que contempla os diversos campi e unidades da UFRJ, dentro e fora da cidade do Rio de Janeiro, para lidar com os novos desafios que surgem para a instituição. Além disso, ele indica caminhos para uma base física adequada ao ensino e à pesquisa, a encontros e trocas de saberes, à inclusão social e à assistência estudantil pelos próximos dez anos. Outra meta a ser alcançada, seguindo-se as diretrizes do plano, é a melhoria da qualidade de vida de quem estuda, trabalha ou apenas circula na Universidade.
O coordenador-técnico do Plano Diretor e decano do Centro de Tecnologia (CT), Walter Suemitsu, explicou a importância do plano para a UFRJ: “O Plano Diretor é um instrumento básico para orientar a Universidade nos planos físico-territorial e patrimonial nos próximos dez anos. Da mesma forma que as cidades, a organização precisa de um plano adequado e racional de uso para todas as áreas e todo o patrimônio pelos quais é responsável. Também é importante para planejar as ações de manutenção do patrimônio físico da Universidade, suas possíveis expansões, sempre tendo em vista torná-la ambiental e socialmente sustentável”.
Para Suemitsu, a elaboração do planejamento em si já é um grande avanço. “Esse projeto contou com a participação de professores de várias áreas do conhecimento e técnicos-administrativos de todos os campi da Universidade, do ETU e da Prefeitura Universitária. Outro aspecto importante foi a utilização da ferramenta de georreferenciamento, que permitirá um acompanhamento da evolução do Plano Diretor e também servirá para orientar as iniciativas de manutenção e expansão. Outro ponto importante é que o Plano Diretor 2030 inclui todos os campi e desenvolverá planos de desenvolvimento para todos eles, o que representa grande avanço em relação ao PD 2020”, concluiu.
Categorização do PD segundo as diretrizes gerais
Diretrizes Urbanas e Arquitetônicas:
- Consolidar os espaços existentes, edificados e não edificados.
- Valorizar o patrimônio da UFRJ, edificado e não edificado.
- Inovar, utilizando recursos materiais e imateriais para atualizar e renovar espaços e funções.
- Regularizar as unidades territoriais por meio de ações de gestão espacial.
Diretrizes de Meio Ambiente, Áreas Verdes e Infraestrutura:
- Desenvolver projetos para o levantamento e mapeamento da biodiversidade, gerando subsídios para sua preservação.
- Desenvolver e executar soluções sustentáveis do uso dos espaços livres, com renda que reverta para a manutenção desses espaços.
- Avaliar e iniciar programa de modernização da rede elétrica e substituição de aparelhos de ar-condicionado.
Diretrizes de Mobilidade e Transporte:
- Atualizar o Plano de Mobilidade da UFRJ.
- Atualizar pesquisa de origem e destino do corpo social para a realidade pós-pandemia.
- Estabelecer interação com os planos municipais (Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Cidade do Rio de Janeiro, Plano de Mobilidade de Macaé e Plano Diretor de Transporte da Região Metropolitana do Rio de Janeiro).
Diretrizes de Patrimônio e Cultura:
- Elaboração e implementação de Planos de Conservação Integrada dos imóveis tombados.
- Implementação de políticas amplas de registro, de reconhecimento e de divulgação dos lugares de memória, dos espaços museais da UFRJ, que permitam conhecê-las e inseri-las no âmbito das políticas culturais e ações de planejamento da Universidade.
- Implementação de políticas e programas de ações de manutenção corretiva e preventiva dos lugares de memória, dos entes museais e dos imóveis tombados.
Diretrizes de Segurança:
- Recuperação e manutenção do conjunto edificado existente.
- Modernização e infraestrutura inteligente (smart campus) como incentivo para recuperação das instalações prediais.
- Levantamento anual do estado de conservação das edificações a ser realizado pelas decanias, com o auxílio dos seus Eplans ou correspondentes.
Diretrizes Econômicas e Financeiras:
- Elaboração de estudo de custos de manutenção precedendo novas construções.
- Aplicação dos recursos disponíveis prioritariamente na conclusão das obras inacabadas e na recuperação do patrimônio imobiliário deteriorado, visando à consolidação da infraestrutura da UFRJ.
- Busca por fontes alternativas de financiamento, tendo sempre em conta, porém, oportunidades, riscos e limitações jurídicas e administrativas.