Com diversas palestras que abordavam desde direitos e deveres a benefícios e saúde do trabalhador, a Semana de Acolhimento e Posse dos novos servidores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) ocorreu entre os dias 1º e 6/9, sob muita emoção, tanto por parte dos que ingressavam nos novos postos de trabalho quanto por quem realizava a recepção. Pela primeira vez, desde o longo período de isolamento social provocado pela pandemia de covid-19, o evento aconteceu de forma presencial, no auditório do bloco N do Centro de Ciências da Saúde.
Para Rejane Barros, superintendente-geral de Dimensionamento e Provimento da Pró-Reitoria de Pessoal (PR-4), a sensação de ver cada um dos aprovados de perto, face a face, após todo o esforço que eles fizeram, é realmente indescritível. “Já empossamos novos servidores durante a pandemia, em uma solenidade virtual. Todavia, nada se compara a ver o brilho nos olhos das pessoas, a satisfação de estarem ingressando como profissionais da Universidade”, disse.
No total, passam a integrar o corpo social da UFRJ 104 novos profissionais, sendo a maioria para o exercício de atividades de nível médio, como assistente em administração (78) e técnico de laboratório (24). Todavia, no grupo também estavam dois administradores, cargo de nível superior, sendo um deles exclusivamente para o Instituto de Ginecologia da UFRJ.
Julliane Barbosa de Menezes, que é técnica em laboratório e está ingressando para o cargo na carreira, contou que há dez anos colocou como meta ser aprovada na UFRJ e que já havia tentado em concursos anteriores desde que se formou, aos 17 anos. “Eu tinha preferência pela UFRJ por ser uma instituição de referência, pois minha mãe havia estudado aqui. Queria muito trabalhar nos laboratórios e consegui”, disse ela ao assinar o termo de posse, antes de entrar no auditório.
Outra que estava muito entusiasmada pela oportunidade de ser uma servidora da UFRJ era Sheyla Muzy. Ela estava se mudando de Rio das Ostras para o Rio de Janeiro a fim de assumir o cargo de administradora. “Hoje, creio que só 30% das pessoas que concluem o ensino superior conseguem ter êxito de exercer a atividade profissional para a qual estudaram. Procurei seguir meus ideais, pois não bastava ter apenas um diploma guardado em algum lugar ou na parede. Vou trabalhar como administradora, o que me deixa feliz e realizada”, comemorou.
A programação da Semana de Acolhimento também serviu como um curso básico, no qual foram ministradas as primeiras palestras de capacitação, com 20 horas de duração. Apesar de terem ingressado para cargos de nível médio, a maioria dos novos servidores tem graduação em nível superior – o que lhes possibilitará receber o incentivo à qualificação, como ficaram sabendo após as explanações da PR-4 voltadas para explicar os deveres e o plano de carreira dos técnico-administrativos em educação.
A reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho, proferiu a palestra sobre “O papel da UFRJ na sociedade: ensino, pesquisa e extensão”, na qual traçou um cenário amplo das atividades exercidas pela instituição, que atende 65 mil estudantes nos seus campi e tem 4.198 professores e 9.300 técnicos-administrativos em educação. “Espero ter mostrado a potência de nossa Universidade, mesmo simplificada pela atuação durante a pandemia. Também poderia abordar o conhecimento desenvolvido na exploração de petróleo em águas profundas, projetos de desenvolvimento do uso de tecnologias verdes. Mas o caso da covid-19 simboliza bem que a nossa Universidade, além de ensino, pesquisa e extensão, consegue unir ciência com solidariedade, algo de que a humanidade precisa. Espero que todos vocês estejam conosco nesse esforço. Sejam todos bem-vindos”, disse ao fim da apresentação.
O vice-reitor, Carlos Frederico Leão Rocha, também destacou a importância dos servidores públicos para o Brasil. “A solidez de um Estado, de uma nação, é fruto da capacidade de seus servidores públicos. A capacidade de eles atuarem. Todos vocês estão assumindo uma carreira que é de extrema relevância para o país, especialmente em um momento em que o Estado brasileiro vem se reduzindo. Hoje, o quantitativo de servidores é o mesmo da década de 1990, embora a população tenha crescido 40% desde então. Vejam o quanto estamos perdendo e o quanto é importante resistir a isso”, destacou ele, lembrando que, graças ao profissionalismo desse grupo para realizar missões importantes, houve, por exemplo, a devolução de um bem cultural como o Museu Nacional à sociedade.
O pró-reitor de Pessoal, Alexandre Brasil, ressaltou a importância da missão que a Universidade possui, com mais de 100 anos de história. “Uma das coisas que vejo como mais relevantes para mim, no cargo atual, é conhecer melhor a importância de cada unidade, cada centro, de cada servidor e servidora, e do quanto podemos fazer com poucos recursos, mas muita dedicação. Com compreensão do que é o serviço público e de uma universidade que faz a diferença, que se pauta pela democracia, o diálogo e o respeito”, disse.
Além de conhecerem as atividades da PR-4, os novos servidores foram apresentados a cada uma das pró-reitorias da Universidade: Graduação; Pós-graduação e Pesquisa; Planejamento, Desenvolvimento e Finanças; Extensão; Gestão e Governança; e Políticas Estudantis. Por fim, assistiram, no encerramento das atividades, a uma apresentação do Grupo Sodade Brasilis, da Escola de Música da UFRJ.