Projeto Open Box da Ciência destaca 13 pesquisadoras da UFRJ

O “sexo frágil” está mais forte do que nunca. E não seria diferente com as mulheres da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). É o que demonstra o Projeto Open Box da Ciência, que revela rostos e pesquisas de mulheres cientistas. Dentre as 250 selecionadas, 13 são da UFRJ.

As pesquisadoras destacadas foram Angela Maria Cavalcanti da Rocha, Bluma Guenther Soares, Carmen Lucia Lodi Maidantchik, Denise Maria Guimarães Freire, Erica Ribeiro Polycarpo Macedo, Fernanda Margarida Barbosa Coutinho, Irina Nasteva, Maria Inês Bruno Tavares, Miriam Mendes Gandelman, Patricia Rieken Macedo Rocco, Sandra Filippa Amato, Sheila Knupp Feitosa de Oliveira e Yara do Amaral Coutinho.

O objetivo do projeto é garantir a visibilidade a quem tem produzido e contribuído com a ciência e o desenvolvimento das suas áreas de atuação. Foram analisados mais de 270 mil currículos e todos eram de pesquisadoras que possuem doutorado. A partir disso, as protagonistas foram agrupadas em cinco grandes áreas do saber: Ciências Exatas e da Terra, Ciências Biológicas, Ciências da Saúde, Ciências Sociais Aplicadas e Engenharias.

Bluma Guenther Soares, professora do Instituto de Macromoléculas, considera que a atuação feminina na ciência está cada vez mais forte e destaca a satisfação que tem em fazer pesquisa. “A possibilidade de formação de recursos humanos especializados me fascina, porque vejo espalhados pelo Brasil, e até no exterior, cientistas que eu ajudei a formar. Finalmente, nós, o Brasil, só poderemos avançar tecnologicamente com a pesquisa de qualidade.”

O levantamento foi feito pelo portal Gênero e Número e utilizou como base as informações contidas nos currículos da plataforma Lattes, priorizando a produção científica das cientistas que se destacaram. Para isso, foram analisadas a quantidade de artigos publicados em revistas de impacto, a ordem de autoria dos artigos e a quantidade de premiações recebidas, além da quantidade de organizações e participações em eventos, congressos, exposições e feiras.

Angela Maria (Ciências Sociais Aplicadas), Bluma Guenter (Engenharias), Miriam Mendes (Ciências Exatas e da Terra), Sheila Knupp (Ciências da Saúde) e Patricia Rieken (Ciências Biológicas) são umas das 13 selecionadas. Fotos: Arquivo pessoal/PUC-Rio/Doctoralia/IBCCF-UFRJ

Irina Nasteva, professora do Instituto de Física, aponta a importância de manter o debate sobre a atuação feminina na ciência. Segundo ela, apesar de o número de mulheres no campo ter aumentado, ainda há algumas que param no meio do caminho. “Muitas mulheres desistem ao longo da carreira por não conseguirem conciliar maternidade e carreira, por enfrentarem machismo, discriminação ou por outros fatores que podem ser bastante complexos e têm que ser estudados. Nos níveis mais elevados da carreira científica e nas posições de poder, ainda há poucas mulheres.”

Denise Freire, professora do Instituto de Química e também pró-reitora da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa, destacou que a curiosidade, a resiliência e a perspicácia femininas são uma força motriz muito importante no campo científico. Além disso, lembra que, no passado, a ciência era pensada e produzida por homens. “As mulheres eram meras coadjuvantes nesse processo. As mulheres eram criadas para o casamento e para tarefas do lar. O conhecimento, a curiosidade não eram para mulheres. Quantos gênios femininos não foram perdidos para a humanidade nesta sociedade machista?”, salientou.

Conheça os perfis das docentes:

Angela Maria Cavalcanti da Rocha

Área de conhecimento: Ciências Sociais Aplicadas

Unidade: Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (Coppead/UFRJ) – aposentada

Bluma Guenther Soares

Área de conhecimento: Engenharias

Unidade: Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano (IMA/UFRJ)

Carmen Lucia Lodi Maidantchik

Área de conhecimento: Ciências Exatas e da Terra

Unidade: Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ)

Denise Maria Guimarães Freire

Área de conhecimento: Ciências Biológicas