O Instituto Nutes de Educação em Ciências e Saúde (Nutes) iniciou, em 18/12, as comemorações de seus 50 anos, que serão completados em 2022. O seminário Nutes: Histórias e Estórias e a posse da nova diretoria contaram com a presença da comunidade universitária, autoridades e ex-membros do corpo docente do instituto.
Para abrir o evento, o fundador do Nutes, Luiz Carlos Galvão Lobo, concedeu uma entrevista em que falou sobre sua trajetória na UFRJ e também na carreira acadêmica. Segundo ele, a iniciativa surgiu da compreensão de que a área da saúde precisava de formas mais dinâmicas de ensino e disseminação, diferente das praticadas anteriormente. Primeiro diretor do Nutes, Lobo foi homenageado com a criação do Núcleo Luiz Carlos Galvão Lobo de Memória e Integração Acadêmica.
Após a entrevista, as ex-diretoras Nilma Fontanive, Maria Alice Coelho, Eliana Ribeiro, Vera Siqueira, Miriam Struchiner e Isabel Gomes Martins relembraram suas histórias na UFRJ, que se cruzaram muitas vezes. Elas contaram sobre as iniciativas inovadoras que o Nutes introduziu no ensino de ciências no país: “A inovação que fizemos aqui era inimaginável há 50 anos. Criamos novos roteiros de aprendizagem e novas formas de ensinar”, explicou Fontanive, referindo-se à introdução de avaliações formativas realizadas em computadores com feedback para os alunos. Para ela, tecnologias como essa permitem uma maior expansão do ensino. “Uma educação de qualidade já temos; precisamos de mais equidade.”
Já Ribeiro reconheceu que os novos caminhos e as novas tecnologias forçaram uma mudança nas universidades e no ensino superior. “Precisamos restabelecer os laboratórios, como forma de integrar o ensino e a pesquisa”, enfatizou.
Nova diretoria toma posse
O Nutes se tornou instituto em dezembro de 2018, após aprovação do Conselho Universitário. Comemorando o primeiro ano da mudança, Alexandre Brasil da Fonseca e Luiz Augusto Coimbra foram empossados diretor e vice-diretor, respectivamente, pela reitora da UFRJ, Denise Carvalho.
Durante a cerimônia, Fonseca reforçou que é preciso prezar pela coletividade no ensino superior, cumprindo a função pública da universidade de atingir todos os setores da sociedade. “Só existimos se atuarmos juntos. Ainda formamos pessoas e é essencial que as formemos de maneira crítica”, declarou.
A reitora, por sua vez, lembrou que o Nutes realiza essa formação crítica, o que é essencial para o desenvolvimento do Brasil. “Não há exemplos de países no mundo que se desenvolveram socialmente sem instituições de ensino superior, que não apenas transferem o conhecimento, mas que fazem o aluno pensar.”