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Alunos criam aplicativo para melhorar anestesias odontológicas

Anestesia do Bem poderá ser baixado em celulares gratuitamente por estudantes e dentistas


Foto: Raphael Pizzino – CoordCOM/UFRJ

Estudantes da UFRJ criaram um aplicativo de celular que auxiliará profissionais a melhorarem a qualidade das anestesias nos consultórios odontológicos. Com interface e recursos simples, o Anestesia do Bem indica, em poucos segundos, a dosagem exata que deve ser aplicada a cada paciente. No dia a dia, o cálculo é feito à mão ou por meio de uma dosagem padrão. 

Edgar Souza, Kaíque Guerra e Eduardo Fernandes, estudantes da Faculdade de Odontologia, desenvolveram o aplicativo em parceria com a Empresa Júnior de Consultoria e Desenvolvimento Web da UFRJ (EJCM). Segundo eles, o projeto inovador ajudará a garantir mais segurança e rapidez nos procedimentos. 

“No caso de mepivacaína 3%, por exemplo, segundo a dosagem máxima permitida pelo fabricante, podem-se usar sete tubetes. Porém, em um paciente de 40kg, segundo o cálculo correto, utilizaríamos quatro tubetes. Levando em consideração um paciente com algum comprometimento sistêmico, este tipo de erro pode ser perigoso”, explicam.

“A anestesiologia é uma área que gera muitas dúvidas e estou certo de que este aplicativo vai se tornar uma ferramenta importante na prática clínica dos profissionais e no ensino de Odontologia”, afirma Jônatas Caldeira Esteves, professor adjunto do departamento de Cirurgia Oral da UFRJ. Segundo ele, o aplicativo “é uma ideia inovadora dentro da Odontologia” e beneficiará os profissionais no dia a dia, nas situações clínicas que precisam ser resolvidas imediatamente”. 

Fatores considerados

“Os tipos de anestésicos estão diretamente ligados à condição sistêmica que o paciente possui. O Anestesia do Bem cruza as informações das condições físicas, encontrando a melhor solução anestésica para cada caso”, destaca Eduardo.

Idade, peso e ASA (escala da Sociedade Americana de Anestesiologistas) são algumas das informações preenchidas pelo usuário do aplicativo. A escala leva em conta fatores como gravidez, hipertensão e diabetes, entre outros, para determinar a dosagem a ser utilizada. 

Os estudantes afirmam que, em geral, o profissional que precisa escolher um anestésico pouco comum acaba encaminhando o paciente para outro consultório ou recorrendo à bibliografia de anestesiologia para descobrir qual substância usar. 

“Já aquele que busca realizar o cálculo corretamente, deveria lançar mão de papel e caneta, além de informações do fabricante do anestésico e fazer a conta manualmente, o que levaria alguns minutos, além de não ser agradável ao paciente que presencia essa situação”, diz Kaíque.

Recomendações a quem vai ao consultório

“Profissionais que testaram o novo recurso se mostraram extremamente receptivos e reconhecem o valor do uso, tanto no consultório, quanto no meio acadêmico”, afirmam. Os estudantes da UFRJ alertam, entretanto, que cada paciente deve se lembrar de contar ao dentista sobre seu histórico médico. 

“O principal alerta seria contar ao dentista se possui algum comprometimento sistêmico, como hipertensão arterial, quadro de imunossupressão, ou se está grávida”, diz Edgar. “Muitas vezes, a anamnese é subjugada no atendimento odontológico, então o paciente pode atentar-se a este fato a fim de se prevenir contra possíveis complicações em anestesia local, ou até mesmo em outros procedimentos”, completa Kaíque. 

Lançamento

Anestesia do Bem fica disponível para download a partir da segunda-feira (9/4), com lançamento durante a 27ª Jornada Acadêmica da Faculdade de Odontologia (Jafo) da UFRJ. Começa operando em Android e no dia 16/4 poderá ser usado no sistema iOS.

“Anestesia local pode ser feita de forma rápida e segura, quando existe inovação e muito amor pelo que se faz”, afirmam os criadores.