No segundo semestre de 2017, a Cidade Universitária será uma das áreas previstas para a expansão do projeto Eliminar a Dengue: Desafio Brasil, que, de forma segura e autossustentável, quer reduzir a quantidade de pessoas contaminadas todos os anos no Brasil pelos vírus da dengue, zika e chicungunha. Niterói, Rio de Janeiro e Belo Horizonte serão as três cidades brasileiras que participarão nessa nova fase do programa de liberação de mosquitos Aedes aegypti portadores da bactéria Wolbachia, presente naturalmente em seis de cada dez insetos.
Para explicar a inexistência de riscos para a comunidade acadêmica, o pesquisador em Saúde Pública da Fiocruz e responsável nacional pelo projeto Eliminar a Dengue: Desafio Brasil, Luciano Moreira, esteve na manhã de quarta-feira (21/6) no auditório do Bloco N, no Centro de Ciências da Saúde (CCS). Na ocasião, algumas dúvidas sobre a iniciativa inovadora, que é adotada também na Austrália, Indonésia, Vietnã, Colômbia e Índia, foram esclarecidas.
De acordo com Luciano Moreira, o processo é totalmente natural, pois a bactéria Wolbachia está presente em 62% de 194 espécies de insetos, inclusive carunchos (espécie de besouro) de feijão e farinha, presentes na alimentação humana. Além disso, o projeto foi avaliado e recebeu aprovação da Anvisa, do Ibama, do Ministério da Agricultura e do Comitê Nacional de Ética Humana (Conep). Antes da liberação dos mosquitos com Wolbachia, porém, informações serão repassadas para a comunidade acadêmica.
Para conhecer mais detalhes sobre o método do projeto, acesse: www.eliminatedengue.com/brasil. E para assistir a desenhos animados, acesse: (https://www.youtube.com/watch?v=EyfMR_Vnnk8 ou https://www.youtube.com/watch?v=qQXAzPgjJqc&t=2s), criados para mostrar como os cientistas descobriram a ação da Wolbachia.
Verão sem dengue, zika ou chicungunha
O prefeito da UFRJ, Paulo Mario Ripper, acredita que, no próximo verão, terá condições de assegurar que os vírus da zika, dengue e chicungunha deixarão de assombrar os frequentadores da Cidade Universitária com a ação da Fiocruz associada ao trabalho da Coordenação de Meio Ambiente da Prefeitura da UFRJ. Ele tem a expectativa de que o projeto para liberar mosquitos com a bactéria Wolbachia reflita o sucesso já obtido em países como a Austrália.
Nos próximos meses, as equipes da Prefeitura da UFRJ e da Fiocruz estarão definindo os locais para posicionar as ferramentas de controle da eficácia do projeto. “Durante dez semanas, haverá a soltura em vias públicas de mosquitos Aedes aegypti com a Wolbachia, mas, depois da quarta semana, começa o controle das ações”, explicou Paulo Mário Ripper.
Todavia, antes da liberação dos mosquitos com a bactéria, haverá um intenso trabalho de divulgação de informações para esclarecer a comunidade acadêmica sobre o projeto e deixar claro que os vetores não passam por nenhuma alteração genética. O processo é totalmente natural. Além disso, uma auditoria independente avaliará a aceitação dos frequentadores do campus, conforme determina o Conep.