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Memória

Nota sobre um ano da morte de Diego Vieira Machado

Reitoria relata medidas tomadas nos últimos meses e informa que renovará cobranças nas investigações

A Reitoria da UFRJ lamenta profundamente que, um ano após o assassinato do estudante Diego Vieira Machado, a serem completados no próximo 2/7, o caso segue sem elucidação. Com tristeza e indignação, sentimento que não se compara à dor da família e amigos, nós prosseguimos com as ações junto às autoridades competentes do Estado, para identificar e punir os autores do crime brutal, que nos chocou a todos.

Nesse último ano, o Reitor da UFRJ, Roberto Leher, e o Prefeito da UFRJ, Paulo Mario Ripper, tiveram diversas audiências com as autoridades policiais do Estado do Rio, solicitando celeridade nas investigações sobre o caso. As audiências trataram desse e de outros temas relacionados à segurança na universidade com os secretários José Mariano Beltrame e Roberto Sá que, nesse período, foram responsáveis pela Secretaria de Segurança do Estado do Rio de Janeiro (Seseg). 

Em 2016, a UFRJ ofereceu apoio ao Instituto Médico Legal, disponibilizando parte de sua infraestrutura de laboratórios e equipamentos de alta tecnologia para a análise de amostras biológicas do caso. Entretanto, esse procedimento não se concretizou, em virtude de diversos fatores relacionados à crise no Estado do Rio. 

Confiantes na responsabilidade das autoridades competentes, temos seguido com esse diálogo constante. A última resposta às demandas da Administração Central da universidade foi encaminhada à Prefeitura da UFRJ em junho deste ano pela Polícia Civil, que informou estar empenhada e não medir esforços para encontrar e punir os responsáveis pela morte de nosso estudante.

Nossa mobilização segue dedicada e atenta. O Gabinete da Reitoria enviará ofício na segunda-feira (3/7) a entidades e grupos de Direitos Humanos pedindo atenção para as investigações. Serão acionadas a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, a Secretaria Especial de Direitos Humanos do Ministério da Justiça e Segurança Pública e organismos internacionais, num apelo renovado para que esse crime não caia no esquecimento.

A Reitoria da UFRJ compreende que o brutal crime, a despeito de suas motivações, não pode ser desvinculado dos assassinatos motivados por ódio, atingindo, com especial violência, a juventude negra, LGBTQ, crimes que, por sua magnitude, assumem proporções de genocídio. A elucidação da autoria do crime, nesse sentido, é uma causa nacional, estreitamente associada aos Direitos Humanos e à luta social contra a barbárie. Diego Vieira Machado, presente!

Reitoria da UFRJ

30/6/2017