Equipes de competição da UFRJ crescem e viram referência na área

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Da teoria para os desafios

Equipes de competição da UFRJ crescem e viram referência na área

A universidade sempre foi considerada um espaço de inovação e desenvolvimento tecnológico, mas uma nova tendência vem conquistando a UFRJ: as competições de tecnologia. As equipes universitárias competem em desafios por todo o mundo e permitem um amplo espaço de prática e interdisciplinaridade para alunos e professores.

A UFRJ possui hoje equipes tão plurais quanto a tecnologia permite: desde barcos movidos à energia solar a robôs lutadores de sumô. Concentradas principalmente na Escola Politécnica (Poli/UFRJ), as equipes de competição surgiram a partir da iniciativa dos próprios estudantes e de uma demanda crescente por mais ambientes práticos dentro da Universidade. Com o aumento de desafios tecnológicos, os alunos da UFRJ perceberam um espaço que poderia ajudá-los a aplicar a teoria que tinham em sala de aula em um ambiente prático e bastante produtivo.

Para José Carlos Basílio, diretor da Poli e professor de Engenharia Elétrica, as equipes de competição permitem a criação de um ambiente interdisciplinar, agregando alunos de diversos cursos em um objetivo comum. “Temos equipes com estudantes de Engenharia Mecânica, Elétrica, de Produção, entre outros, já que eles precisam desenvolver desde o motor e o formato do veículo, em alguns casos, até o orçamento e o planejamento financeiro”, explica. A UFRJ atua fomentando a criação dessas equipes e dando apoio logístico e operacional. Os laboratórios e professores da Universidade estão sempre à disposição para auxiliar nesse processo.

Embora contem com o apoio da Poli e da UFRJ, as equipes são criadas e geridas pelos próprios alunos. Para auxiliar nesse processo e permitir uma maior integração, nasceu em 2011 o UFRJ Desafia. O projeto promove reuniões e encontros para capacitar e aproximar essas equipes, tanto na questão tecnológica quanto na administrativa. Segundo Basílio, essa iniciativa é importante, pois fomenta a autogestão e a troca de conhecimento. Para participar do Desafia, as equipes precisam ter, por exemplo, processos de seleção de estudantes e já ter participado de competições anteriormente.

Diversas áreas em ação

A Minerva Bots, uma das equipes mais tradicionais da UFRJ, foi fundada em 2012 e conta hoje com 43 pessoas que desenvolvem robôs para competições por todo o mundo. Divididos em áreas que vão desde mecânica e elétrica a marketing, a equipe tem em seu quadro estudantes até mesmo de Odontologia. Felipe Scandiuzzi, assessor de marketing e estudante de Engenharia de Produção, afirma que a participação auxilia não só na formação profissional para o mercado, mas também no desenvolvimento pessoal, já que a dinâmica da equipe aproxima pessoas com perfis diferentes e também possibilita oportunidades únicas. A Minerva Bots já participou de competições no Brasil e no exterior.

Outro grupo com destaque internacional é a Solar Brasil. Especializada na produção de embarcações movidas à energia solar, a equipe participa da maior competição da área, que ocorre a cada dois anos na Holanda e conta com mais de 20 estudantes no seu corpo técnico. Segundo Gustavo Martins, assessor de marketing e estudante de Engenharia de Produção, a Solar desenvolve desde a tecnologia solar até os métodos de construção do casco e propulsão. “As equipes nos permitem sair do ambiente da sala de aula e aplicar o que aprendemos no desenvolvimento da tecnologia, oportunidade que não temos no nosso dia a dia na Universidade”, explica.

 


Embarcação da equipe Solar Brasil em competição. Imagem: Solar Brasil

 

 

Uma das áreas mais famosas e concorridas para as equipes de competição é a Fórmula SAE, desafio de criação de carros de corrida. A Minerva e-Racing é uma das equipes da UFRJ que aposta nesse tipo de competição. Segundo o capitão e estudante de Engenharia Naval e Oceânica, Thiago Mussel, a equipe tem hoje 38 alunos e compete no principal evento da área, o Fórmula SAE Brasil. “Nosso propósito é difundir o ideal sustentável, de forma a desenvolver e aprimorar a tecnologia de carros elétricos no país por meio da construção do nosso protótipo”, enfatiza.

Um outro tipo de competição

Além do formato mais tradicional das equipes de competição, que consiste em desenvolver e testar tecnologia, um outro formato também traz muitos frutos para a UFRJ. Especializados em competições de perguntas e respostas sobre a indústria petrolífera, a PetroTeam foi a campeã mundial do Petrobowl 2016, que aconteceu nos Emirados Árabes, e já garantiu a classificação para a edição deste ano vencendo a eliminatória da América Latina. Para Felippe Pardini, capitão da equipe e estudante de Engenharia do Petróleo, as equipes promovem uma dinâmica única para os alunos, permitindo maior integração, até mesmo com equipes de outras universidades com quem realizam simulados amistosos. “Nós nos reunimos uma vez por semana chegando a oito horas de estudo nesses encontros. A equipe permite que desenvolvamos habilidades em grupo e individuais, além de abrir portas no mercado de trabalho”, conclui.