Os contingenciamentos ocorridos nos últimos anos combinados com orçamentos insuficientes exige da UFRJ o planejamento melhor dos gastos da instituição, o que impulsionou a criação de câmaras técnicas na Universidade. O projeto visa a reunir grupos para discutir e planejar o orçamento e acompanhar sua execução. O modelo é inspirado numa experiência bem sucedida da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e tem como objetivo democratizar o acesso à informação e melhorar o uso do recurso público.
A iniciativa é da Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento (PR-3) e da Pró-Reitoria de Gestão e Governança (PR-6), que têm trabalhado em conjunto, a fim de diminuir o déficit da Universidade. Atualmente, as câmaras técnicas são quatro: Energia, Contratos, Obras e Orçamento 2017. Os organizadores ainda pretendem convocar reuniões, a fim de estruturar mais duas: Revisão do Orçamento Participativo e Planejamento de Aquisição de Materiais. Os encontros contam com as Pró-Reitorias envolvidas e com representantes da Administração Central, Prefeitura Universitária, Decanias, Fórum de Ciência e Cultura (FCC) e bancada estudantil do conselho universitário.
Uma das propostas vislumbradas pelas câmaras é a redução da terceirização e a atualização de contratos de serviço e mão de obra. Também estão sendo planejadas ações de sustentabilidade, como o fomento a fontes alternativas de energia, com o intuito de reduzir a conta nesse âmbito que, atualmente, supera 25% do orçamento.
Segundo Roberto Gambine, pró-reitor da PR-3, a conjuntura exige um acompanhamento muito rigoroso sobre a definição do que e de como fazer. Ele caracteriza o momento como de enorme restrição, com um déficit crônico que vem, pelo menos, desde 2014, quando a Universidade sofreu um corte de R$ 70 milhões. “Neste ano, temos um cenário muito delicado, com um orçamento equivalente ao de 2013, mas com despesas de 2017. No entanto, já evoluímos bastante e temos reivindicado e conquistado junto ao Ministério da Educação (MEC) recursos adicionais para minimizar o impacto do orçamento.” Para o pró-reitor, com as câmaras técnicas, a tendência é melhorar o desempenho geral, ainda que isso não vá apagar a necessidade de um orçamento mais adequado às reais despesas da Universidade.