Categorias
Memória

Candidatos à Reitoria falam sobre trotes, participação de técnicos e HUCFF

O quarto debate entre os candidatos à Reitoria da UFRJ foi realizado no Centro de Ciências da Saúde (CCS), no dia 7 de abril. Eles apresentaram os programas de suas chapas e responderam às perguntas do público no formato determinado pela Comissão Coordenadora do Processo Sucessório (CCPS).

A candidata Angela Rocha cedeu a palavra ao vice de sua chapa, Carlos Rangel, justificando que pelo fato de o professor ser vinculado ao CCS, ele poderia dialogar melhor com o corpo social daquele centro.

Um dos temas em debate foi a formação continuada e participação dos técnico-administrativos na gestão da UFRJ. Roberto Leher afirmou que a primeira grande mudança que propõe caso sua chapa seja eleita é de natureza “político-acadêmica”. Segundo ele, muitos cargos na universidade devem ficar sob responsabilidade dos técnicos, já que eles são os detentores de saberes específicos em diversas áreas. “Não cabe atribuir essas funções a professores”, disse.

Ele e Denise Pires discordaram sobre a hierarquização de responsabilidades na UFRJ. Ela afirmou que no CCS já existe uma distribuição igualitária de responsabilidades e perguntou por que o CFCH, unidade do professor, não reproduzia o modelo proposto por ele. Leher refutou, dizendo que não existe governo compartilhado em nenhuma unidade da UFRJ. “O modelo tem que ser modificado”, defendeu.

Leher defendeu a criação de uma Comissão Estatuinte, posicionamento rejeitado por Carlos Rangel. De acordo com o vice de Angela Rocha, criar a comissão levaria a uma paralisação da universidade. Segundo Rangel, o Plano de Desenvolvimento Institucional da UFRJ já abriria espaço para reformas no estatuto da universidade.

HUCFF

Em relação ao Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), Denise defendeu a criação de uma comissão para atuar junto à direção do hospital. Ela foi questionada por Leher sobre ter assinado um documento defendendo o contrato entre a UFRJ e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e disse que assinou um manifesto com outros professores em 2013, porque não havia outra alternativa para os hospitais da universidade, na época. A professora afirmou que, posteriormente, concordou com o posicionamento do Conselho Universitário, de adotar alternativas para os hospitais da UFRJ.

Ainda citando hospitais, Leher tocou na questão do planejamento. Segundo ele, a universidade deve se antecipar mais e citou o hospital da Unifesp, cujo planejamento é feito com um ano e meio de antecipação.

Rangel disse que se pode buscar maior contrapartida financeira para o hospital, mas disse que a terceirização é o maior problema do HUCFF.

Experiência para ser reitor

Os candidatos responderam a docentes sobre a qual o peso da experiência administrativa sobre o cargo de reitor e sistemas de financiamento para a universidade. “A trajetória administrativa não é o único ponto importante”, destacou Denise. Ela afirmou, entretanto, que “não é trivial cuidar de planejamento”. Segundo a professora, o “comprometimento ético, moral e acadêmico é fundamental” para o gestor.

“O que se espera de um reitor é que ele não se perceba como cargo de confiança do Ministério da Educação”, disse Leher. Segundo ele, “conhecer as políticas para a Educação Superior” é um dos requisitos esperados para um reitor.

Segundo Rangel, o reitor deve “conhecer minimamente a estrutura da universidade” e lutar por uma universidade “pública, gratuita, de qualidade e autônoma”. Ele afirmou ser necessário conhecer a matriz de custeio da Andifes para se fazer planejamento.

Trotes

Respondendo ao técnico-administrativo Marcos Rocha, os candidatos falaram sobre como deve ser o combate aos trotes, na universidade. Denise disse que a política contra trotes deve se concentrar no âmbito da Pró-reitoria de graduação e que devem ser criados “programas para mostrar os impactos ruins” da prática. De acordo com Leher, toda a comunidade universitária deve se perguntar sobre os trotes na universidade. Segundo ele, a universidade não deve ser um lugar de violência.

Rangel lembrou que o tema já havia passado pelo Conselho Universitário e que a universidade decidiu que trotes desumanos não deveriam ser aceitos. Ele descreveu uma experiência positiva desenvolvida na Faculdade de Farmácia, para estimular o trote cidadão.

Assista à íntegra do debate aqui