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Entrevista com Denise Pires, candidata à Reitora da UFRJ para a gestão 2015-2019

A professora Denise Pires é candidata ao cargo de reitora da UFRJ, junto ao professor Walter Suemitsu, professor da Escola Politécnica e da Coppe, que integra sua chapa como vice. Com o lema “Somos Todos UFRJ”, eles defendem uma universidade “renovada, competente, participativa e solidária”.

Denise ingressou na UFRJ em 1982 como aluna de graduação e em 1990 assumiu o cargo de professora assistente. Desde 2011, é professora titular e tem experiência administrativa e acadêmica. Foi coordenadora acadêmica na Pró-reitoria de Graduação (PR-1), diretora-adjunta de Ensino de Graduação e de Pós-graduação, vice-diretora e diretora do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho.

No Centro de Ciências da Saúde, foi representante eleita das classes de professores assistentes e adjuntos no Conselho de Coordenação do Centro e atualmente representa os professores titulares no Conselho Universitário. Confira abaixo a íntegra da entrevista concedida por ela ao Portal UFRJ e ao informativo UFRJ Notícias:

Em 2010, apenas 1% dos alunos da UFRJ era de fora do estado do Rio. Hoje, 22% dos ingressantes são oriundos de outros estados. Além disso, a Lei de Cotas resultou no ingresso de um grande contingente de estudantes com renda per capita inferior a um salário mínimo e meio. Diante desse quadro, houve aumento na demanda por bolsas de apoio à permanência, auxílio e moradia. Qual a sua proposta para a assistência estudantil na universidade, considerando esse cenário?

Nossa equipe defendeu a democratização do acesso e tem firme compromisso com a permanência estudantil na UFRJ. Priorizaremos as ações voltadas à Assistência Estudantil para combater a evasão e a retenção estudantil, com a ampliação da concessão de bolsas, do aumento das vagas nas residências estudantis, do fortalecimento dos programas de monitoria e tutoria, criação de salas de estudo abertas 24h e implantação de restaurantes universitários nos diferentes campi. Nossa meta é dar todo o apoio e garantir que o aluno conclua o seu curso de graduação.

O incentivo à pesquisa, tanto na graduação como na pós, tem sido satisfatório? Qual a sua opinião sobre os editais publicados pelas agências de fomento como CNPq e Faperj, e de que forma a UFRJ pode melhorar sua infraestrutura de laboratórios, nas mais diversas áreas de conhecimento?

As atividades de pesquisa se mesclam às atividades de ensino e extensão e a infraestrutura precisa ser revitalizada na UFRJ nas diversas áreas, inclusive naquelas não atendidas pelas agências de fomento. Devido à crescente atuação da Faperj, houve a abertura de diversos editais em todas as áreas do conhecimento. O CNPq investiu de forma incompatível com o crescimento dos grupos de pesquisa. Incentivaremos a elaboração de projetos transdisciplinares e o Sistema Financiar, que monitora editais de financiamento de ensino, pesquisa e intercâmbio de pesquisadores, para aumentar o fomento à pesquisa na UFRJ.

A segurança pública é uma preocupação constante da comunidade universitária. Qual a sua proposta para a segurança dos diversos campi da UFRJ?

Para melhorar a segurança será necessário fortalecer e ampliar os projetos de segurança como a instalação de câmeras, vigilância, transporte público mais eficiente e estacionamentos monitorados. É urgente que retomemos o projeto antigo de construirmos portais que identifiquem que um determinado transeunte está em área federal da UFRJ. A Divisão de Segurança da UFRJ será fortalecida e protagonizará as ações voltadas à melhoria da segurança nos campi, pois passará a ser uma Superintendência  ligada diretamente ao Gabinete do Reitor.

Metade do orçamento de custeio da universidade é destinada à contratação de serviços terceirizados, como limpeza, segurança, portaria, recepção e copeiragem, entre outros. Existe alguma saída para a redução de gastos com esses serviços?

Nos debruçaremos prioritariamente sobre essa questão, que será a missão da Comissão Permanente de Orçamento. Revisaremos os contratos de empresas terceirizadas, visando reduzir os gastos desnecessários. A UFRJ deve ser um exemplo na gestão desses contratos.

A UFRJ tem nove hospitais universitários, que enfrentam dificuldades históricas, como quadro de pessoal deficitário e infraestrutura comprometida. O estabelecimento de um contrato com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), do Ministério da Educação, interfere na autonomia da universidade? Qual a sua proposta para a gestão desses hospitais?

A autonomia da universidade tem sido atacada de diversas maneiras e temos resistido bravamente. Após ampla discussão interna, o Consuni de 26 de setembro de 2013 decidiu, por unanimidade, pela adoção da proposta alternativa elaborada pela PR4/UFRJ. Assim, a reitoria estaria resolvendo a situação dos funcionários extraquadros pela sua reposição gradual por funcionários contratados pelo RJU. Através do diálogo permanente, da transparência administrativa, do debate propositivo e do respeito às decisões colegiadas buscaremos a melhor solução para os nossos hospitais.

O processo de expansão universitária exige mais infraestrutura, contratação de pessoal e investimentos diversos na universidade. Em contrapartida, vivenciamos um cenário de contingenciamento de verbas para a Educação no país e um aumento pouco expressivo no orçamento da UFRJ. Como deve ser a relação com o Governo Federal, para que a universidade tenha suas demandas orçamentárias plenamente atendidas?

Teremos que mobilizar a nossa comunidade e discutir na Andifes, envidando esforços para que o orçamento de custeio e investimento acompanhe o aumento da demanda das universidades públicas que ocorreu após a necessária expansão da oferta de vagas. Devemos cobrar do governo os compromissos assumidos com as universidades federais que aderiram ao Programa de Reestruturação da Educação. Essa deve ser uma luta permanente para a qual devemos mobilizar toda a comunidade

Saiba mais sobre as propostas da Chapa 30 no blog oficial dos candidatos e também na página do Facebook.