Pacientes submetidos a um tratamento especial da Unidade de Asma de Difícil Controle do Instituto de Doenças do Tórax da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IDT-UFRJ) mostraram redução significativa no desencadeamento alérgico.

">Pacientes submetidos a um tratamento especial da Unidade de Asma de Difícil Controle do Instituto de Doenças do Tórax da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IDT-UFRJ) mostraram redução significativa no desencadeamento alérgico.

">
Categorias
Memória

Pesquisa aponta melhoria dos pacientes com asma do Instituto de Doenças do Tórax

Pacientes submetidos a um tratamento especial da Unidade de Asma de Difícil Controle do Instituto de Doenças do Tórax da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IDT-UFRJ) mostraram redução significativa no desencadeamento alérgico.

Por Brunna Arakaki

Pacientes submetidos ao tratamento especial da Unidade de Asma de Difícil Controle do Instituto de Doenças do Tórax da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IDT-UFRJ) mostraram melhorias na qualidade de vida, como revelou o maior levantamento já realizado no país sobre o tema. A pesquisa, coordenada pelo instituto, foi apresentada no congresso anual da European Respiratory Society, realizado ano passado em Barcelona (Espanha).

Os pesquisadores acompanharam 150 pacientes que, apesar do uso contínuo de medicamentos, apresentavam crises seguidas. Dessa amostra, 55 foram submetidos ao tratamento especial, a partir de injeções do anticorpo omalizumabe, que, ao ligar-se à imunoglobina-E (fator asmático), apresentou redução significativa no desencadeamento alérgico.

O tratamento alternativo mostrou respostas positivas em 92,3% dos pacientes com Asma de Difícil Controle (ADT). Com o procedimento, as internações hospitalares diminuíram em 10% e também caiu significativamente o uso de cortisol e outras drogas nos pacientes.

Com características diferenciadas, a amostra de pacientes adultos apresentou proporção maior em mulheres (75%) e menor em homens (25%), com idade média de 55 anos e Índice de Massa Corporal (IMC) elevado.

De acordo com o professor Alexandre Pinto Cardoso, responsável pela Unidade de Asma de Difícil Controle, “é importante frisar que a asma é uma doença crônica, o que exige acompanhamento médico e tratamento contínuos. Nossos pacientes estão sendo monitorados, em média, há 5 anos”. O tratamento com omalizumabe oferece segurança e eficácia, segundo o médico, sendo capaz de melhorar o controle da asma para a parcela da população com doença grave.

Asma afeta cerca de 10% da população mundial

Atualmente, três em cada dez pessoas no mundo sofrem com problemas de natureza alérgica. Desse grupo, cerca de 8% a 11% desenvolvem asma. Embora representem apenas 5% do total de asmáticos, os pacientes de asma grave formam um grupo significativo e inspiram cuidados específicos no tratamento das crises.

Os sintomas surgem, em geral, a partir do contato com agentes estimulantes como alérgenos (pólen, ácaros), produtos químicos, após esforço físico, além, é claro, de fatores genéticos que contribuem para o desenvolvimento da doença.  “Muitas vezes o cansaço após esforços e o aperto no peito são confundidos com sintomas de infarto agudo do miocárdio. Mas o comum são os pacientes apresentarem falta de ar e tosse. É também frequente a piora do quadro à noite e no início do dia”, esclarece o  professor.

A Unidade de Asma de Difícil Controle integra o Instituto de Doenças do Tórax (IDT-UFRJ), localizado no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), e desde 2007, quando foi inaugurada, desenvolve pesquisas pioneiras nas áreas de pneumologia e controle de asma grave. Hoje, ela é o maior núcleo de estudos em asma grave do país.