Categorias
Memória

Começa no Rio o 3º Encontro Internacional de Reitores Universia

Evento reúne 1.103 reitores e dirigentes de universidades de 33 países do mundo, para discutir o futuro do Ensino Superior. UFRJ participa como articuladora e anfitriã, no Rio de Janeiro.

Por Isabella Cardoso

Nesta última segunda-feira, 28/7, teve início o 3º Encontro Internacional de Reitores Universia com o tema “A universidade do século XXI – uma reflexão da Ibero-América”. O reitor da UFRJ, Carlos Levi, participou da mesa de abertura como presidente do comitê internacional e anfitrião no Rio de Janeiro. Em seu discurso, ele destacou a importância da internacionalização e do avanço tecnológico nas universidades, entre outras questões.

O presidente da Universia, Emilio Botín, abriu o encontro, que segue até amanhã, no Riocentro, Barra da Tijuca. “Esse evento é um acontecimento singular na história das universidades”, declarou. Em dois dias, 1.103 reitores e dirigentes de universidades de 33 países estarão na cidade para discutir questões comuns, em atividades que incluem debates e 32 reuniões bilaterais.

Botín afirmou que, de acordo com estudos recentes, em 2025 a população universitária na Ibero-América será o dobro da atual e poderá chegar a 45 milhões de estudantes. Assim, as universidades ibero-americanas têm pela frente um desafio acadêmico e histórico, que devem enfrentar incentivando a inovação e a internacionalização, opinou ele.

Em seguida, Carlos Levi discursou sobre o encontro, “maior reunião de líderes universitários do planeta”. Para ele, o evento não só promove a integração das universidades, como dá aos participantes a oportunidade de confrontar experiências e compartilhar alternativas e soluções.

De acordo com Levi, a relevância do papel da universidade tem se destacado nas sociedades contemporâneas, assim como nos avanços e conquistas em diversas áreas e em todos os aspectos da vida moderna. “O desenvolvimento de um país está ligado ao padrão de suas universidades”, disse. Em sua opinião, a universidade tem o dever de formar profissionais para a sociedade, sendo um “espaço de geração de crítica e difusão de saberes”.

Como defensor da internacionalização, Levi afirmou que devem ser fomentadas iniciativas que gerem espaço para a troca de experiências tanto para professores como para alunos. Em sua fala, o reitor da UFRJ destacou que a universidade nunca enfrentou dilemas tão agudos como os produzidos pelo avanço tecnológico e, por isso, tem o dever de se repensar e se reinventar diariamente. Ele defendeu a universalização do ensino superior e afirmou serem necessárias trajetórias curriculares mais flexíveis.

Em seguida, o presidente do comitê organizador, Ignácio Berdugo, explicou o funcionamento do encontro, que produzirá uma carta, reunindo as propostas estabelecidas no evento.

Secretária geral Ibero-Americana destacou políticas públicas brasileiras

A costarriquenha Rebeca Grynspan, representante da Secretaria-Geral Ibero Americana (Segib), participou da mesa destacando as iniciativas do Brasil na promoção da educação. Segundo ela, o país é referência obrigatória nos debates sobre o futuro do mundo e vem se destacando como sede de grandes eventos, tais como o encontro de líderes do Brics, há duas semanas.

“A educação é a principal ferramenta para uma sociedade melhor”, disse, acrescentando que o Brasil é conhecido em todo o mundo por suas políticas públicas de combate à fome, pobreza e exclusão social. Ao entrar nesse tema, a secretária geral da Segib afirmou que a Ibero-América terá seu PIB aumentado em até 7% nos próximos cinco anos e até 10% até 2024.

Grynspan afirmou que os progressos da Ibero-América estão sendo estrondosos por baixarem a desigualdade e combaterem a pobreza e destacou que dois terços da atual geração dos universitários ibero-americanos são da primeira geração da família a ter acesso à educação superior.

Entretanto, ela destacou que para manter o êxito das universidades e das políticas sociais e econômicas, é necessário aumentar a produtividade e a competitividade, baseadas em inovação, ciência e tecnologia.

 

 

“Vivemos em um mundo volátil, onde o conhecimento rapidamente torna-se obsoleto. Vivemos sob a pressão do processo tecnológico e temos que repensar o que falávamos há 30 anos”, afirmou. 

Rebeca disse que é necessário aumentar o nível de ambição e da mobilidade de professores e alunos e, citando o Erasmus Mundus, programa com foco na Europa, sugeriu a construção de uma aliança para o impulso do intercâmbio entre as universidades da Ibero-América.

Acompanhe as discussões do encontro no site oficial do evento.