O seminário internacional Desafios e Limites das Políticas Redistributivas na América Latina, promovido pela UFRJ em parceria com a Freie Universität Berlin (FUB), aconteceu na última segunda-feira, 14/10, no Salão Pedro Calmon do Instituto de Economia (IE), no campus da Praia Vermelha.

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Instituto de Economia debate políticas redistributivas na América Latina

O seminário internacional Desafios e Limites das Políticas Redistributivas na América Latina, promovido pela UFRJ em parceria com a Freie Universität Berlin (FUB), aconteceu na última segunda-feira, 14/10, no Salão Pedro Calmon do Instituto de Economia (IE), no campus da Praia Vermelha.

O seminário internacional Desafios e Limites das Políticas Redistributivas na América Latina, promovido pela UFRJ em parceria com a Freie Universität Berlin (FUB), aconteceu na última segunda-feira, 14/10, no Salão Pedro Calmon do Instituto de Economia (IE), no campus da Praia Vermelha.

Carlos Frederico Leão Rocha, diretor do IE, abriu o evento ressaltando que o instituto está comprometido com o processo de internacionalização da pós-graduação, sempre em busca de parcerias que possam contribuir para a melhor formação dos alunos.

Em seguida, Lena Lavinas, professora do IE e especialista em estudos sobre a América Latina, salientou que o objetivo do encontro é debater as realidades e dificuldades do continente sul-americano.

Logo depois, Barbara Fritz, representante da FUB, frisou que a desigualdade social está aumentando tanto nos países emergentes quanto nos avançados; por isso, a ideia é levar esse debate para uma perspectiva transnacional.

A professora de economia apresentou uma série de pontos que serão abordados durante os três dias de atividades, questionando quais as políticas sociais relevantes e que tiveram impacto na redução da desigualdade social e quais políticas internacionais podem mudar esse cenário de desequilíbrio socioeconômico no mundo.

Parceria internacional

Após essa introdução, foram chamados à mesa representantes de quatro instituições: Eduardo Fagnani, do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); Cristhian Müller, do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (Daad) da UFRJ; Roberto Saturnino Braga, do Centro Celso Furtado (CCF); e Fernando Pulga, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Cristhian Müller falou sobre o Programa Unibral, promovido pela Capes em cooperação com o Daad, cujo objetivo é apoiar projetos de parceria entre universidades brasileiras e alemãs para promover o intercâmbio entre docentes e estudantes de graduação. Ele lembrou também que, em maio de 2013, teve início o ano da Alemanha no Brasil, com o tema “Quando ideias se encontram”. Destacou, ainda, que essa é a hora de realizar parcerias mais sólidas entre os dois países.

Para o ex-senador Saturnino Braga, o Brasil está vivendo um momento de consolidação da democracia, buscando seu aperfeiçoamento através de meios mais participativos, dando voz à população nas ruas e não só a seus representantes eleitos. Já para Fernando Pulga, esse debate é interessante porque aborda a questão social, aliada à produtividade e ao desenvolvimento econômico.

De acordo com Eduardo Fagnani, a discussão coloca a desigualdade numa perspectiva mais ampla. O economista destacou que o sistema tributário no Brasil é extremamente regressivo e que não é possível distribuir renda, sem discutir a questão agrária. Para ele, é necessário ampliar a universalização da cidadania para os mais pobres. “Esse é o momento de avançar o projeto de desenvolvimento econômico, mas só podemos seguir em frente se articularmos as dimensões sociais e econômicas.”

Novos atores na América Latina

Finalizando o primeiro dia, Marco Aurélio Garcia, chefe da assessoria especial da presidente Dilma Rousseff para assuntos internacionais, ministrou a palestra “Evolução recente da América do Sul: balanço e perspectivas”.
Segundo Garcia, o continente sul-americano passou por grandes transformações nos últimos 15 anos, para as quais concorreram o redistributivismo e a forte participação de novos atores sociais no jogo político. 

Para o assessor, a América Latina está vivendo um momento de intensa democracia, mas a principal reinvindicação dos países latinos é o reconhecimento de sua soberania nacional. “Não podemos pensar o nacionalismo de uma forma europeia, pois o nacionalismo sul-americano sempre foi democrático e propôs a integração de toda a América do Sul”, declarou.

Garcia afirmou que essa é uma região cobiçável e que atrai o olhar para muitos investimentos, mas ressaltou que ainda falta infraestrutura e que é necessário criar condições para que o mercado latino seja um grande fator de dinamismo da economia do continente. “Não estamos à frente do fim de um ciclo, mas à frente de novos desafios.”, concluiu.