Maior honraria conferida no meio acadêmico, o título de professor emérito homenageia docentes titulares com excepcional trajetória acadêmica e relevante dedicação à universidade e ao país.

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Diretor da Coppe recebe título de professor emérito da UFRJ

Maior honraria conferida no meio acadêmico, o título de professor emérito homenageia docentes titulares com excepcional trajetória acadêmica e relevante dedicação à universidade e ao país.
Luiz Pinguelli RosaO professor Luiz Pinguelli Rosa, diretor da Coppe-UFRJ, recebeu o título de professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em sessão solene, no dia 9 de abril, às 14h, no auditório do Centro de Tecnologia 2 (CT2), na Cidade Universitária. A concessão do título ao professor foi aprovada por aclamação pelo Conselho Universitário da UFRJ, em sessão realizada em fevereiro deste ano.

Maior honraria conferida no meio acadêmico, o título de professor emérito homenageia docentes titulares com excepcional trajetória acadêmica e relevante dedicação à universidade e ao país.

Pinguelli nasceu no Rio de Janeiro, em 1942. Doutor em Física e um dos maiores especialistas do país na área de energia, é professor titular da Coppe-UFRJ e já orientou 104 dissertações de mestrado e teses de doutorado. Na Coppe, foi eleito para o cargo de diretor por cinco mandatos: assumiu a direção pela primeira vez em 1984 e, recentemente, em 2011. Entre janeiro de 2003 a maio de 2004, licenciou-se do cargo para assumir a presidência da Eletrobras, a convite do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Desde dezembro de 2004, é secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, que reúne representantes da sociedade civil e é presidido pelo presidente da República.

Um quixote brasileiro

Reconhecido por suas contribuições na área científica e pela firme posição em defesa do que acredita, Pinguelli se mantém presente no debate dos grandes temas nacionais. Foi assim nos anos 80, quando criticou publicamente o governo pela condução do programa de energia nuclear brasileiro, tornando-se um dos líderes do debate sobre o tema no país. Na direção do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, nos anos 90, reuniu intelectuais e especialistas para debater o Brasil, tornando o Fórum uma espécie de reduto de pensadores, como o sociólogo Herbert de Souza, o economista Antônio Barros de Castro, o cientista político René Dreyfus, entre outros.

Nos anos 2000, veio a público alertar a sociedade e o governo brasileiro para o risco de uma grave crise no setor energético, que se confirmou com o fenômeno que ficou conhecido como “apagão”. A carta endereçada ao presidente da República e ao ministro das Minas e Energia com um alerta sobre o problema iminente foi publicada, em 2001, no livro de sua autoria, intitulado O apagão: por que veio? Como sair dele?. No momento, Pinguelli denuncia com veemência a “violação da autonomia das universidades federais”, por meio de “prescrições contraditórias e arbitrárias” reunidas em uma cartilha lançada recentemente pela Controladoria-Geral da União (CGU) e endereçada a gestores das universidades federais.

A trajetória de Luiz Pinguelli Rosa na Coppe, instituição que dirige pelo quinto mandato, é igualmente notável. O professor foi um dos fundadores da pós-graduação em Planejamento Energético, a primeira do país, que hoje também desenvolve estudos e forma mestres e doutores na área de planejamento ambiental. Nos anos 90, liderou a implantação do I2000, o maior complexo de laboratórios da América Latina na área de engenharia, que reúne mais de 80 laboratórios. Também foi responsável pela criação, em 1999, do Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais (Ivig), vinculado à Coppe, no qual são desenvolvidos estudos e pesquisas, com ênfase em energia e meio ambiente.

Percurso destacado

Ex-aluno do Colégio Pedro II, Pinguelli optou a princípio pela carreira militar, na qual poderia continuar seus estudos na área tecnológica. No entanto, pediu demissão do Exército em 1967 por não apoiar o golpe de 1964. À procura de outra carreira, começou a estudar Física na antiga Faculdade Nacional de Filosofia, posteriormente incorporada pela UFRJ. Fez ainda o mestrado em Engenharia Nuclear na UFRJ e o doutorado em Física na PUC-Rio.

Destacou-se na academia: até o momento orientou 104 dissertações de mestrado e teses de doutorado e tem mais de 180 trabalhos científicos publicados no Brasil e no exterior. É autor de seis livros, entre eles Tecnociências e humanidades: novos paradigmas, velhas questões, cujo primeiro volume foi publicado em 2006 pela editora Paz e Terra. Os dois volumes concorreram ao Prêmio Jabuti na categoria Humanidades. Também é autor de capítulos de várias publicações editadas no país e no exterior.

Membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e do Conselho da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Pinguelli foi membro do Conselho Pugwash (1999-2001) – associação fundada por Albert Einstein e Bertrand Russell, agraciada com o Nobel da Paz em 1995; secretário-geral da Sociedade Brasileira de Física por dois mandatos, de 1994 a 1998; e presidente da Associação Latino-Americana de Planejamento Energético, de 1994 a 1998.

Desde 1998, colabora como autor ou revisor de relatórios do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (Intergovernmental Panel on Climate Change – IPCC), uma entidade da ONU que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2007.

Pinguelli recebeu ainda diversos títulos e premiações ao longo de sua carreira: o Forum Award da Associação Americana de Física, em 1992; a comenda com o grau de Chevalier de l’Ordre des Palmes Académiques, concedido pelo Ministério da Educação da França, em 1998; e foi o vencedor do Prêmio Golfinho de Ouro, categoria Ciências, concedido pelo Conselho Estadual de Cultura do Governo do Estado do Rio de Janeiro, no ano 2000.

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