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Memória

Prédio histórico da UFRJ abriga 22ª edição da Casa Cor

Por Carla Basílio e Jean Souza

Uma parceria entre o Fórum de Ciência e Cultura (FCC-UFRJ) e a Casa Cor revitalizou o Colégio Brasileiro de Altos Estudos (CBAE-UFRJ), antigo Centro do Estudante Universitário (CEU-UFRJ), imóvel tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) desde 1989. O prédio principal da construção tornou-se sede da 22ª edição de Casa Cor Rio, um grandioso evento do mercado de arquitetura e decoração, que começou em 3/10 e vai até 19/11.

O reitor da UFRJ, Carlos Levi, disse que a parceria permitiu que a universidade conseguisse, de forma ágil, garantir investimentos na recuperação parcial das instalações do prédio. Com a visibilidade que o evento deu ao local, Levi considera que o resultado de maior repercussão deverá ser a possibilidade de a UFRJ captar recursos para fazer a restauração definitiva da construção.

A inciativa, segundo o reitor, expressa não apenas o compromisso da atual gestão com a recuperação e manutenção do patrimônio histórico e cultural da UFRJ, mas uma necessária interação com a sociedade que eventos dessa natureza proporcionam.

Convívio social

Patrícia Quentel – sócia diretora da 3Plus Assessoria de Marketing, que produz a Casa Cor Rio há 22 anos – lembra que o trabalho começou em março deste ano. Ela explicou que foi negociado entre a universidade e organização da Casa Cor um contrato de cessão provisória do local, assinado em julho, com final previsto para janeiro de 2013.

Patrícia agradeceu a cessão do espaço pelo reitor Carlos Levi e o coordenador do Fórum de Ciência e Cultura (FCC) da UFRJ, Carlos Vainer, e afirmou que, além da Casa Cor e da universidade, toda a sociedade ganha com a revitalização da área. "A maior preocupação do nosso grupo é trazer o patrimônio histórico ao convívio social, reintegrando-o ao dia a dia da cidade e seus moradores. Nosso grupo de profissionais qualificados garantiu um excelente trabalho que integrou o rústico do local, com o sofisticado das decorações", afirmou.

Patrícia Quentel explicou que a Concrejato e o Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) são os responsáveis pela fiscalização das obras, orçadas em R$ 1,2 milhão pela Divisão de Preservação de Imóveis Tombados (Diprit) da UFRJ.

A produtora falou também do desafio que encontrou à sua frente depois da primeira visita ao local, em março. "O trabalho de limpeza do CBAE-UFRJ durou 45 dias. Fizemos dedetização do lugar, separamos o que dava ou não pra aproveitar e fizemos intervenções na infraestrutura hidráulica e de esgoto, além da pintura interna e complementação da calçada", detalhou.

A respeito da nova decoração, Patrícia alertou que os visitantes não devem esperar que ela permaneça após o período de exposição. "Como em todos os locais utilizados para as edições anteriores, o `cenário` será desmontado ao fim das apresentações", afirmou. Contudo, Patrícia acredita que, "com o aumento da visibilidade para o imóvel, certamente haverá outros interessados em patrocinar a reestruturação definitiva do local", completou.

A exposição

A principal recomendação dos arquitetos foi fazer o menor número de intervenções possíveis no ambiente. Isso gerou um mix de rusticidade com elegância. "A mistura desses dois estilos provocou uma miscelânea inovadora, irreverente e ao mesmo tempo sofisticada", afirmou a promoter Silmara Finco, visitante da mostra.

Heitor Oliveira, estudante da Escola de Belas Artes (EBA-UFRJ) e recepcionista do evento, explicou a ideia da exposição. "No térreo, a proposta é resgatar um ambiente de convívio e a função hoteleira, com recepção, lobby, salas e antessalas, bar, restaurante, café. No primeiro andar, há um conceito residencial e estilo de vida, com lofts, estúdios e espaços que deem apoio aos moradores como num condomínio completo. No segundo pavimento, os espaços comerciais (lojas, escritórios, sala de cinema). E o terceiro pavimento, onde existe apenas um espaço, será dedicado ao lazer com um Wine Bar e adega".

Ana Paula Passos, produtora cultural e também recepcionista do evento, explicou que os espaços são, em sua maioria, comerciais e não conceituais. "A pessoa que vem aqui e vê a decoração sente vontade de tê-la exatamente igual em sua casa ou apartamento. É como se você estivesse em um desfile de moda em que as roupas são de fato para serem usadas e não pra lançarem uma tendência apenas", esclareceu.

Os que gostam de doce não podem deixar de visitar a brigaderia da exposição. Além de vender vários tipos de chocolates e café, o lugar é um dos únicos que possui refrigeração de ar, a fim de conservar os alimentos. Outras informações, como preços, horários e estacionamento, estão disponíveis no site da Casa Cor http://www.casacor.com.br/riodejaneiro/.