O debate “Conceitos centrais: carreira docente e projeto de universidade”, realizado pela  Tenda da Greve, no campus da Praia Vermelha, expôs as reivindicações dos professores da UFRJ à sociedade. O evento aconteceu no último dia 4 de julho.

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Professores esclarecem as reivindicações do movimento docente

O debate “Conceitos centrais: carreira docente e projeto de universidade”, realizado pela  Tenda da Greve, no campus da Praia Vermelha, expôs as reivindicações dos professores da UFRJ à sociedade. O evento aconteceu no último dia 4 de julho.

Por Aline Pina 

O debate “Conceitos centrais: carreira docente e projeto de universidade”, realizado pela  Tenda da Greve, no campus da Praia Vermelha, expôs as reivindicações dos professores da UFRJ à sociedade. O evento aconteceu, no último dia 4, com a presença dos professores Maria Malta (Instituto de Economia) e Roberto Leher (Faculdade de Educação).
 
No encontro, Maria Malta explicou, em detalhes, a atual política de progressão da carreira docente, seus benefícios e vencimentos. Mostrou os pontos que devem ser mudados e que estão na proposta enviada pelo Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes de Ensino Superior) ao Governo Federal. Segundo a professora, “o atual modelo dificulta o crescimento dentro da carreira” e citou, como exemplo, o acesso do professor adjunto ao nível de professor associado. “Foi acrescido, entre eles, mais quatros níveis de carreira, que duram dois anos e com um pequeno acréscimo de 4% no salário, perdendo oito anos na passagem de um cargo para outro. Ao total, somando todos os 21 níveis necessários para alcançar o piso máximo, seriam 36 anos para se chegar ao topo da carreira de magistério”, afirmou.

O plano proposto simplifica bastante essa progressão. São apenas 13 níveis no total, com interstícios de dois anos e 5% de ganho linear entre eles. Nesse processo, ao final da carreira, o docente obteria um salário em torno de R$ 22 mil por mês. O objetivo é tornar a profissão mais atraente. Outra reclamação dos docentes é que as gratificações devem ser vistas como aumento e incluídas ao vencimento básico dos professores, para evitar que possam ser retiradas a qualquer momento. A proposta reivindica ainda um piso de R$ 2239,25  para um regime de 20 horas semanais. O objetivo da categoria é a igualdade na progressão da carreira do professor, tanto no nível superior quanto no ensino básico, ligada à rede federal.

Já o professor Roberto Leher, abordando a questão do Projeto de Universidade, citou a proposta de divisão do ensino superior em dois modelos. Um deles voltado para a pesquisa e formação acadêmica e outro com o conceito de formação geral, voltado para atender às usuais práticas de mercado. Leher apoia o projeto de aumentar o desenvolvimento científico e tecnológico no Brasil, de modo que possibilite ao professor se dedicar inteiramente ao magistério. “Os salários dos professores da educação básica são os mais baixos entre os graduados e, entre as carreiras do Executivo, a dos docentes é a de menor remuneração”, citou Leher.