O evento em homenagem aos 70 anos do professor Muniz Sodré, da Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ, teve início na última quinta-feira (22/3). O docente falou ao público no auditório da Central de Produção Multimídia (CPM) da ECO−UFRJ, no campus da Praia Vermelha, e discutiu “Cultura e produção cultural”.

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Colóquio sobre cultura abre o ciclo de homenagens a Muniz Sodré

O evento em homenagem aos 70 anos do professor Muniz Sodré, da Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ, teve início na última quinta-feira (22/3). O docente falou ao público no auditório da Central de Produção Multimídia (CPM) da ECO−UFRJ, no campus da Praia Vermelha, e discutiu “Cultura e produção cultural”.

 O evento em homenagem aos 70 anos do professor Muniz Sodré, da Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ, teve início na última quinta-feira (22/3). O docente falou ao público no auditório da Central de Produção Multimídia (CPM) da ECO−UFRJ, no campus da Praia Vermelha, e discutiu “Cultura e produção cultural”. Entre outras questões, o jornalista, sociólogo e tradutor falou de Comunicação e Cultura como geradoras de poder e do campo tecnológico que, atualmente, envolve ambas as áreas.

Sodré iniciou a fala lembrando que “a comunicação, arcabouço da cultura, possui vários espectros de sentido, mas a ideia principal continua a mesma: transmitir”. Desta forma, “não importa a maneira de difusão, mas sim o uso dos meios de conversação para propagar a cultura”, completou.

O professor abordou a questão da cultura como abarcadora de um conjunto de projetos sociais de produção sob a égide do capitalismo. “Trata-se de um processo que envolve, na verdade, juízo estético. A cultura é uma instância, uma desconstrução crítica das evidências”, disse.
Além disso, Sodré criticou a midiatização da Comunicação, afirmando que “anda tão tecnológica que fez desaparecer a dimensão do humano no processo. Hoje em dia existem mais de sete bilhões de dispositivos interativos, entre tablets, smartphones, notebooks etc., isto é, número maior que a própria população mundial”. E vale lembrar que “isso se dá em um cenário em que nem um terço desta população tem acesso à internet”.

A despeito da produção cultural, o convidado afirmou que muito desse processo tem sido feito por meio da internet. “Isto ratifica a ideia de que cultura não é um processo da sociedade como um todo, mas depende, principalmente, do julgamento de uma pequena parcela”, apontou. Sabendo que mais de dois terços da população mundial não têm acesso à internet, “é óbvio que os formadores de cultura fazem parte de uma elite local e global”.

Por fim, o homenageado falou sobre a importância da educação no dueto formado por Cultura e Comunicação, lembrando que “qualquer um é capaz de ensinar. Podemos aprender muito com os ágrafos, com as crianças, principalmente a ser mais humano. A internet não é mais importante que as pessoas. Os tablets não devem tomar o lugar dos professores. Nem a informação, da sabedoria”, finalizou o homenageado.