A UFRJ realiza, de 3 a 7 de outubro, a “2ª Semana de Integração Acadêmica”, reunindo 3901 trabalhos da 33ª edição da “Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural” (Jicac) e 463 trabalhos do “8º Congresso de Extensão”. A novidade este ano é que o evento incorporou também as atividades da “3ª Jornada de Pesquisa e Extensão de Macaé”. Somente a Jicac contará com a participação de 9157 alunos de graduação e professores de diferentes áreas de conhecimento, com apresentações orais e painéis em todas as unidades da UFRJ. Vídeos e atividades culturais também fazem parte da programação da “Semana de Integração Acadêmica”.
A palestra de abertura, na próxima segunda-feira, dia 3, terá como tema “O espelho do desastre da Região Serrana: fatos e reflexões sobre o papel da UFRJ na redução de futuros desastres detonados por chuvas extremas”, com Ana Luiza Coelho Netto, professora titular do Instituto de Geociências da UFRJ. A apresentação ocorre às 11h no auditório do Centro Cultural Horácio Macedo do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN). A docente abordará as causas do fenômeno extremo ocorrido no início do ano em cidades como Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo e as medidas necessárias para minimizar as consequências dos deslizamentos nas encostas e enxurradas.
“O fenômeno espelhou que estamos muito despreparados. O fenômeno não é novo, mas nunca demos importância para detonar medidas de caráter preventivo. Nossa cultura sempre foi a de reunir uma série de promessas que não tem vida longa”, afirma a geógrafa e geomorfóloga.
Ela ressalta a importância do papel da universidade na análise das áreas com maior suscetibilidade para a ocorrência dos deslizamentos. “A universidade é o grande celeiro de competência para desenvolver conhecimento. Precisamos difundir esse conhecimento, capacitar as pessoas e transferir para a sociedade”, defende Ana Luiza.
Flexibilização curricular
Outro destaque da “2ª Semana de Integração Acadêmica” será a mesa-redonda “Flexibilização curricular: integralização da extensão e da pesquisa na graduação”, que ocorre no dia 6, às 14h, também no auditório do CCMN. A discussão terá como debatedores o pró-reitor de Extensão, Pablo Benetti, e a pró-reitora de Graduação, Ângela Rocha. Também participam da mesa Edite da Penha Cunha, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e os convidados internos Rundsthen Vasques de Nader, do Projeto Fundão, e Lucio Pereira de Souza, da Faculdade de Medicina.
Benetti destaca a importância da formação holística dos alunos, com a integração das atividades de pesquisa e extensão no projeto acadêmico. “A formação dos alunos tem que passar obrigatoriamente por experiências de extensão e de pesquisa. Estamos trabalhando de que maneira vamos realizar isso. Temos trabalhos de excelente qualidade tanto na extensão como na pesquisa, mas isso continua sendo restrito a um círculo que entendemos que pode ser ampliado. Por experiência própria, alunos que participaram tanto da iniciação científica como da extensão recebem uma formação melhor”, afirma o pró-reitor de Extensão.
O “8º Congresso de Extensão”, que será realizado integralmente nas dependências do CCMN, reunirá 2704 autores. Os 463 trabalhos aceitos para sessões orais, audiovisuais e pôsteres foram divididos por unidades temáticas, sendo 187 da área de Educação, 109 de Saúde, 43 de Cultura, 41 de Direitos Humanos e Justiça, 34 de Meio Ambiente, 22 de Tecnologia e Produção, 15 de Comunicação e 12 de Trabalho. Os participantes são apoiados pelo Programa Institucional de Bolsas de Extensão (Pibex) e outros financiamentos externos.
Jornada Científica
Os números da Jicac 2011 superam os registrados na edição anterior. Este ano, serão 3901 trabalhos, apresentados por 3573 bolsistas e 1731 não bolsistas, totalizando 5304 discentes. Também participam 3853 orientadores, totalizando 9157 alunos e professores. Em 2010, foram 3750 trabalhos. Segundo a coordenadora da jornada, Russolina Zingali, o evento tem a participação dos 173 cursos de graduação dos sete centros da universidade, com efetiva vinculação aos seus 97 programas de pós-graduação.
“Procuramos fazer com que a jornada não seja só um evento dos alunos que fazem iniciação científica, mas que seja de todos os alunos da graduação. Temos conversado com os coordenadores para que os professores comecem a utilizar mais a jornada como instrumento acadêmico, complementando as disciplinas”, explica a professora.
O Centro de Ciências da Saúde (CCS), que concentra mais unidades, tem a maior participação na Jicac 2011, com cerca de 1,6 mil trabalhos, representando quase a metade dos trabalhos inscritos na jornada. Na abertura da “Semana de Integração Acadêmica”, no dia 3, os organizadores realizam também a Sessão UFRJ, com a divulgação de painéis no bloco A do Centro de Tecnologia (CT) mostrando a produção acadêmica dos diferentes centros e unidades.
Segundo Russolina, um dos objetivos da Jicac é incentivar os graduandos a continuar na universidade ingressando em programas de pós-graduação. “Temos alunos que fizeram iniciação científica em 1995 e hoje participam da jornada como docentes”, relata a coordenadora, acrescentando que muitos graduandos seguem com o mesmo projeto da iniciação científica para a seleção do mestrado.
Todos os trabalhos serão avaliados. Os melhores de cada centro, incluindo este ano a produção do polo de Xerém e do campus de Macaé, serão premiados em novembro. Os vencedores ganham R$ 1 mil da Fundação Universitária José Bonifácio (Fujb) e têm o direito de apresentar a sua pesquisa na Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em 2012, no Maranhão. Os dez trabalhos pré-selecionados por centro ganham certificado de menção honrosa. Além disso, como forma de divulgação, os resumos de cada participante da jornada são inseridos em CD.