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Eraldo Leite debate com alunos da ECO-UFRJ

O jornalista esportivo Eraldo Leite esteve na Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ na manhã desta segunda-feira (06/06) para um debate com os alunos da professora Cristina Rego Monteiro, coordenadora do ciclo básico da ECO-UFRJ. Graduado em Jornalismo em 1978, Leite participou da cobertura de diversas Copas do Mundo e atualmente comanda o programa Enquanto a bola não rola, na Rádio Globo.

Leite transmitiu um pouco de sua experiência aos alunos, relembrando momentos importantes de sua carreira. “Quando Tancredo Neves morreu, em 1985, eu estava num jogo no estádio do Cruzeiro em Belo Horizonte, e como ainda não havia um repórter fixo lá, durante dois dias, tive que cobrir o estado de comoção na capital, até que um repórter chegasse do Rio de Janeiro”, contou.

Muitos alunos demonstram interesse especial pelo jornalismo esportivo, diante da perspectiva de inflação da procura e do reconhecimento desse profissional no mercado decorrente dos eventos que o país sediará nos próximos anos. Em resposta à curiosidade dos alunos, o jornalista falou sobre como deve ser a formação de um jornalista nos dias atuais.

“Estamos no século do conhecimento. Hoje em dia, quanto mais conhecimento tiver, mais bem-sucedido é o profissional. Você não pode se limitar à graduação, o profissional é visto pelo conhecimento que ele conseguir agregar. O mercado de trabalho está mais disputado, com esse panorama de Copa e Jogos Olímpicos, gente de fora também vem buscar jornalistas”, afirmou Leite. “O profissional de jornalismo tem que ser multimídia. No começo da minha carreira, eu saía com um bloco de notas e um gravador. Hoje em dia eu levo uma mala com um computador, pelo menos um microfone, uma câmera fotográfica, um gravador digital, vários cabos. Eu mesmo tenho que saber editar”, afirmou.

O jornalista ainda falou sobre a importância da formação acadêmica e da obrigatoriedade do diploma de jornalista. “Sou totalmente a favor da formação acadêmica e acho que o diploma de jornalista para exercer a profissão é, sim, importante. Vulgarizar, tornar possível a qualquer um, empobrece a profissão”, disse.

Quando indagado sobre como um jornalista pode driblar problemas com processos judiciais, Leite explicou que há certos profissionais que “gostam de causar polêmica”, que são sensacionalistas. “Jornalismo é uma coisa, sensacionalismo é outra. É um tipo de jornalismo que eu não aconselho vocês a seguir”, conclui o ex-aluno da escola aos alunos.