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Descobrindo a Biofísica

Para conhecer um pouco da história do professor Carlos Chagas Filho e do Instituto de Biofísica da UFRJ fundado por ele na década de 40, o Espaço Memorial da unidade acadêmica resolveu abrir as portas para estudantes da rede de ensino todas as quartas-feiras, entre 13h e 16 horas. Embora as visitas guiadas sejam voltadas para os alunos matriculados a partir da oitava série do ensino fundamental e do ensino médio, qualquer um pode pegar uma carona na busca por conhecimento. As crianças, porém, têm acesso restrito aos laboratórios.

A visita guiada acontece em três momentos. No primeiro, o grupo de no máximo 40 pessoas entra em contato com a multidisciplinaridade do projeto Descobrindo a Biofísica. Bolsistas do Instituto fazem o acolhimento e explicam um pouco da vida e obra do filho do descobridor do Mal de Chagas, que também foi um proeminente cientista reconhecido mundialmente, em especial, pelos estudos dos efeitos das radiações atômicas.

As comendas recebidas de diversos países, os trajes que ele usava em solenidades acadêmicas e o escritório do professor Carlos Chagas Filho são apresentados aos estudantes. “O antigo escritório dele aqui na universidade ficou exatamente como foi deixado em 2000, quando faleceu. Há equipamentos usados por Chagas Filho, fotos de amigos e familiares e outros objetos que contam um pouco do jeito simples e cordial como ele se relacionava com todos”, conta a historiadora Karina Saraiva, responsável pelo Espaço Memorial.

No segundo momento da visita, o grupo se divide e se reveza no passeio. Uns acompanham as atividades cotidianas dos laboratórios de biofísica, enquanto outros assistem à apresentação dos principais fatos históricos paralelos à trajetória do cientista, além de acompanhar os experimentos do professor aposentado César Antônio Elias, contemporâneo de Carlos Chagas, que se dispõe a transmitir aos alunos ensinamentos importantes para o cotidiano.

“Apesar dos 86 anos e de estar aposentado, a gente percebe que é o ponto alto da visitação, porque os alunos ficam fascinados pela maneira como ele desenvolve os temas, com a linguagem que ele usa e as práticas tomando emprestados utensílios que os estudantes trazem, como, por exemplo, óculos e máquinas fotográficas para falar sobre ótica”, revela Karina.

O projeto "Descobrindo a Biofísica" começou durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de 2008, sob a coordenação da professora Tânia Ortiga, quando era responsável pelas atividades de extensão na gestão de Olaf Malm na direção do Instituto de Biofísica. O evento tinha caráter de evento do tipo "portas abertas" onde os estudantes teriam contato direto com pesquisadores das mais variadas áreas. Outras edições ocorrerão depois, sempre com uma média de 250 estudantes, até que o Espaço Memorial Carlos Chagas Filho se “apropriou” da ideia.

Hoje, a equipe do Espaço Memorial está sob a coordenação da professora Valéria Freitas Magalhães, tem como coordenador de acervo o professor Olaf Malm e ainda a ajuda da historiadora Karina Saraiva, da museóloga Gabriela Faria e da técnica Maria Ivonete Maris, além de contar com os professores colaboradores Vandir da  Costa, Tânia Ortiga e Nilson Tavares, junto com oito bolsistas.

Os interessados em realizar uma visita guiada podem agendar o dia entrando em contato com a própria Karina Saraiva, pelo telefone 2562-6645 ou pelo e-mail memorial@biof.ufrj.br. Existem também outras atividades que podem ser programados, como o “Do Museu para a Escola”, que conta com oficinas direcionadas a professores e licenciandos em Ciências Biológicas e das Humanidades. Antes, porém, vale a pena visitar o site www.wix.com/emcarloschagsfilho/ufrj e conhecer melhor a história do cientista que tinha o lema: “A universidade é um lugar onde se ensina porque se pesquisa”.