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Manhã de abertura do Colóquio Internacional Fronteiras e Diversidades Culturais no Século XXI

Teve início, na última quarta (01/06), o Colóquio Internacional Fronteiras e Diversidades Culturais no Século XXI: desafios para o reconhecimento no Estado Global, promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social (Eicos) da UFRJ. O evento reúne professores de outros países, como França, Angola e Estados Unidos, e de diversas universidades do Brasil para discutir os conceitos de “fronteira”, “deslocamentos” e “fluxos migratórios” no contexto da globalização, de um ponto de vista cultural, político ou psicológico.

A mesa de abertura foi composta por Maria Inácia D’Ávila Neto, coordenadora do evento, a professora Patrícia Mattos, da Universidade Federal de São João Del-Rei (MG), Leonora Corsini e Giuseppe Cocco, professores da UFRJ. Patrícia Mattos abordou a Teoria do Reconhecimento, do filósofo alemão Axel Honneth, e a diferença entre formas éticas e ideológicas de reconhecimento.

Já Leonora Corsini destacou as ideias de “fronteira” e “identidade”, e citou o escritor Édouard Glissant (1928-2011), nascido na Martinica, para quem não existe fronteira que não se possa ultrapassar. “Vejo fronteira não como um limite, e sim como lugar de encontro de possibilidades, de conexão”, afirmou a docente. A professora também opôs multiculturalismo, que, segundo ela, pressupõe um reforço de identidades essencializadas, fixas à interculturalidade. “Estamos indo em outra direção, no caminho da interculturalidade, que dá mais a ideia de atravessamento que eu quero trazer”, explicou.

Giuseppe Cocco, professor da Escola de Serviço Social (ESS) da UFRJ e editor de revistas nacionais e estrangeiras, como a francesa Multitudes, discorreu sobre migrações, cidadania e política atual, enfatizando a questão da imigração na Europa, e seu conceito de “mundobraz”. De acordo com o docente, “mundobraz” é o devir-Brasil do mundo. Ou seja, o predomínio atual do país na cena mundial seria um reflexo de uma tendência global de ascensão das nações marginalizadas e uma valorização e incorporação de sua cultura. 

A cultura do hip-hop também esteve presente nesta manhã de abertura do colóquio. Após Leonor Corsini ter exibido um trecho de um clipe musical de um rapper hispano-americano, um artista criou ao ar livre um grafitti especial para o evento.

As palestras acontecem até o dia 3 de junho, no auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), no campus da UFRJ da Praia Vermelha, que fica na Avenida Pasteur, 250. A entrada é franca.