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X Semana de Enfermagem discute adolescência e DSTs

Esta semana, no Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG/UFRJ), aconteceu a “X Semana de Enfermagem”, com o tema “O saber e a prática de Enfermagem na perspectiva da qualidade da assistência à saúde da criança e do adolescente”. O evento acontece nessa data devido ao dia da enfermeira, celebrado em 12 de maio, com o objetivo de integrar e atualizar, em relação à pesquisa, a comunidade acadêmica, especialmente as enfermeiras. A palestra desta quinta-feira (12/05) ficou a cargo da professora Carla Luzia França Araújo, Coordenadora no Departamento de Enfermagem Materno-Infantil (DEMI) do núcleo de extensão da Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN/UFRJ). A professora falou sobre o tema “O adolescente e as Doenças Sexualmente Transmissíveis”, abordando aspectos sociais, emocionais e estatísticos.

No início da fala, Carla Araújo falou sobre a quantidade de jovens existentes no país e sobre como é ser jovem nos dias atuais, especialmente em relação à sexualidade. Também apontou a desnecessária polemização do tema, falando sobre os desafios que enfrenta para abordar o assunto da prevenção de DSTs. “Falar sobre adolescentes e doenças sexualmente transmissíveis é sempre um desafio, pois é um tema que é tabu para a sociedade”, ela disse.

Logo após, a professora Carla discorreu sobre a importância da escola, onde estão mais da metade dos jovens do país, como área estratégica para campanhas de prevenção para DSTs e outras doenças. Ela disse ainda que, segundo estatísticas, a taxa de fecundidade da adolescente brasileira (entre 15 e 19 anos) aumentou em 25% em relação a 1940, enquanto entre todas as mulheres caiu em mais de 60%.

Outro aspecto abordado por Carla Araújo foi a deficiência nas políticas públicas de saúde. Segundo ela, fala-se muito pouco sobre prevenção aos jovens nas escolas e menos ainda fora delas. A assistência também não é nem de longe satisfatória, quanto mais suficiente. “Há uma deficiência na política pública de saúde para essa parcela tão grande da população que são os adolescentes. Se você é adolescente hoje é muito difícil achar um lugar para atendimento sobre prevenção primária e secundária”, denuncia a professora.

As prevenções primárias e secundárias são para pessoas não portadoras e portadoras de DST, respectivamente. A professora Carla é coordenadora de um projeto de extensão Papo Sério, que desde 2008 atua em quatro escolas estaduais e promove os dois tipos de prevenção. Além disso, o projeto conta com grupos de voluntários para conscientização, caixa de perguntas e prevenção com moral temática. O interesse mostrado pelos estudantes das escolas atendidas, segundo Carla, é bastante alto. “Eu fiz uma seleção de voluntários que eu tinha 30 vagas. Houve 80 inscritos, e eu consegui aproveitar 50 deles”, declara a professora.