À medida que envelhecemos é normal que áreas do cérebro se atrofiem, comprometendo algumas funções básicas do sistema nervoso. No entanto, a prática de exercícios físicos pode evitar essa situação. Estudos recentes, publicados em janeiro no site Proceedings of the National Academy of Sciences, comprovam a relação das atividades aeróbicas com o aumento do hipocampo em idades avançadas.
O grupo de pesquisadores responsável pelo estudo comprova que a principal área beneficiada pela prática de exercícios aeróbicos foi o hipocampo. “Esta região desempenha função importante na manutenção da memória e do aprendizado”, explica o psiquiatra Jerson Laks, especialista em mal de Alzheimer.
Além da vulnerabilidade do organismo ao tempo, há alguns fatores que causam lesões cerebrais. É na linha de pesquisa que avalia o efeito de exercícios aeróbicos sobre a depressão e o mal de Alzheimer que Jerson Laks, também coordenador do Centro para Doenças de Alzheimer do Instituto de Psiquiatria (Ipub/UFRJ), desenvolve testes semelhantes ao estudo internacional.
“Doença progressiva do Mal de Alzheimer, doenças vasculares que entopem vasos sanguíneos cerebrais e impedem a chegada normal de nutrientes ao cérebro, além de doenças psiquiátricas como a depressão. Todos esses são elementos que influenciam a saúde do órgão central do sistema nervoso”, diz o psiquiatra.
Segundo ele, exercícios aeróbicos influenciam no aumento do hipocampo, pois estimulam condições protetoras. A prática de exercícios aeróbicos ao menos três vezes por semana diminui a produção de cortisol, o hormônio do estresse; melhora a manutenção dos vasos sanguíneos e aumenta a presença de fatores neurotróficos, como o BDNF (sigla em inglês para Fator Neurotrófico Derivado de Cérebro), que regula moléculas de crescimento neuronal e auxilia na capacidade de regeneração.
Resultado semelhante não foi obtido, em ambas as pesquisas, com a prática de alongamento. “Podemos concluir, sim, que a prática periódica de exercícios aeróbicos colabora para prevenir doenças degenerativas cerebrais. Tem, ainda, importante papel para uma boa memória e cognição”, conclui Jerson Laks.