Pesquisa recente do Programa de Engenharia de Transportes da Coppe/UFRJ estima que a frota da cidade do Rio de Janeiro deve ultrapassar os três milhões de automóveis até 2020. No estado, a previsão é de que haja 500 automóveis para cada mil habitantes entre 2016 e 2020, o que equivale a um automóvel para cada dois moradores.

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Coppe: um carro para cada dois habitantes no Rio até 2020

Pesquisa recente do Programa de Engenharia de Transportes da Coppe/UFRJ estima que a frota da cidade do Rio de Janeiro deve ultrapassar os três milhões de automóveis até 2020. No estado, a previsão é de que haja 500 automóveis para cada mil habitantes entre 2016 e 2020, o que equivale a um automóvel para cada dois moradores.

Pesquisa recente do Programa de Engenharia de Transportes da Coppe/UFRJ estima que a frota atual da cidade do Rio de Janeiro, de 1,8 milhões de automóveis, deve ultrapassar os três milhões até 2020. E o aumento não está restrito à capital. No estado, a previsão é de que haja 500 automóveis para cada mil habitantes entre 2016 e 2020, o que equivale a um automóvel para cada dois moradores.

Campos dos Goytacazes é uma das cidades do estado cuja frota mais aumentou: 43%. Uma das causas é o desenvolvimento do município, em especial pelo seu polo petrolífero. Nova Iguaçu e Duque de Caxias, juntas, tiveram 38% e Niterói, 28%. O crescimento da frota nessas cidades tem relação com a proximidade da capital.

A pesquisa foi feita com base em estatísticas do Detran nos últimos 10 anos. Apesar da projeção de forte aumento do número de automóveis, os dados seguem uma tendência mundial, de acordo com o professor da Coppe Paulo Cezar Ribeiro, que coordenou os estudos. O professor lembra que o fluxo de veículos tem se expandido em “todos os países” e já seria esperado que o Brasil atingisse proporções semelhantes à de países europeus, de 500 automóveis por mil habitantes. Longe, porém, dos Estados Unidos, cuja proporção é de 900 por mil.

“Apesar de igualarmos os números da Europa, a atenção deve ser dada para o fato de que não há infraestrutura suficiente. Não estamos preparados para comportar esse fluxo”, aponta. “Um exemplo recente disso foi o feriado de Páscoa. Motoristas enfrentaram horas de congestionamento nas estradas de acesso ao Rio”. As facilidades de financiamento para compra de um automóvel, os investimentos na indústria automobilística e a cultura do carro próprio são fatores que contribuem para os números estimados no estudo.

O investimento no transporte público de qualidade é a principal solução, segundo Paulo Cezar, para o sistema viário não entrar em colapso no futuro. “Não vou apontar problemas isolados na cidade, porque acho que as melhorias devem ser gerais. Nosso sistema viário pode sofrer sérios impactos se não receber investimentos”, alerta.

Os corredores expressos (BRTs), como os implantados recentemente em Copacabana, e o Plano Diretor de Transporte Urbano, feito em 2005 e que está sendo atualizado, são ações que devem ser executadas como forma de evitar transtornos no trânsito, na opinião do professor. “É uma constatação. A frota vai aumentar e os governantes têm o compromisso de tomar providências, se preocuparem com o rumo que o setor de transporte está tomando e agir, independentemente de acordos ou interesses políticos”, destaca o coordenador da pesquisa.