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Memória

Reitoria divulga comunicado oficial

Palavra de ordem é a reconstrução imediata da Capela São Pedro de Alcântara (foto). Governos Federal e Estadual já manifestaram a intenção de apoiar a universidade. Reitor confirma que incêndio foi causado pelo uso de maçarico.

Comunicado da Reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro: Iniciar imediatamente a reconstrução da Capela São Pedro de Alcântara

O fogo consumiu, na tarde da última segunda-feira, dia 28 de março, uma das maiores joias arquitetônicas da cidade do Rio de Janeiro: a Capela São Pedro de Alcântara, localizada no interior do Palácio Universitário da Praia Vermelha.

O prédio, um dos mais representativos da arquitetura neoclássica, foi inaugurado em 1852, como um hospício, tendo sido transferido para a Universidade ao final dos anos 40 do século passado, no tempo em que era reitor o Professor Pedro Calmon. Desde então, vem sendo utilizado pela UFRJ para várias de suas atividades, estando hoje ali abrigados o Fórum de Ciência e Cultura, a Escola de Comunicação, a Faculdade de Administração e Ciências Contábeis, a Faculdade de Educação e o Instituto de Economia.

O incêndio teve início no forro do Capela, onde vinham sendo realizadas obras de restauração e reforma, devido ao uso de um maçarico para solda. Os fatos estão sendo apurados pela Polícia Federal, encarregada constitucionalmente por ocorrências que envolvam o patrimônio da União; caso haja indícios de negligência por parte da empresa, a Universidade se reserva o direito de procurar obter na Justiça a reparação indispensável.

Se o maçarico foi o agente direto, o causador em última instância foi a inadequação da legislação brasileira de licitações, que nos obriga a contratar pelo critério do menor preço e não prevê mecanismos específicos para obras que tenham por finalidade a preservação do patrimônio material.

As atividades no Palácio estão suspensas, por razões de segurança, até a próxima segunda-feira, dia 4 de abril, quando retornará à normalidade. Nesse período, o Corpo de Bombeiros terminará seu trabalho de rescaldo e serão testadas as condições  estruturais do prédio e a rede elétrica. As unidades da Praia Vermelha, sediadas fora do Palácio, mantiveram suas atividades normais, desde hoje.

A Universidade Federal do Rio de Janeiro considera que o Palácio da Praia Vermelha não é propriedade sua, mas de toda a sociedade brasileira e da cidade do Rio de Janeiro em particular. Ela é apenas a guardiã desse tesouro. E a solidariedade que a universidade tem recebido de vários os setores da sociedade dá testemunho de que essa consciência é compartilhada por todos. O Ministério da Educação, o Ministério da Ciência e Tecnologia, o Governo do Estado do Rio de Janeiro, a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia do Rio, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, parlamentares, dirigentes de empresas públicas já manifestaram sua intenção de apoiar a Universidade na recuperação das perdas sofridas.

Para que isso se torne realidade é preciso o envolvimento de toda a sociedade. Nesse sentido conclamam-se todas as forças vivas da cidade  e do país – cidadãos, autoridades públicas, empresários,  ex-alunos e ex-usuários do Palácio e da Capela –   para que, juntos, inicie-se a luta imediata pela reconstrução da Capela e seu entorno.