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Evento da ESS-UFRJ debate indicadores sociais brasileiros

Na última quinta-feira (18/11), no Auditório Professor Manoel Maurício de Albuquerque do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), foi realizado o seminário Estatísticas Públicas e Indicadores Sociais: as novas e velhas responsabilidades do Estado brasileiro. A proposta foi estimular a reflexão sobre as características atuais e perspectivas da produção das estatísticas públicas.

A mesa de abertura foi realizada por Marcelo Braz, vice-diretor da Escola de Serviço Social (ESS) da UFRJ, que agradeceu a iniciativa do seminário. Em uma palestra de uma hora de duração, Kaizô Beltrão, doutor em Estatística pela Universidade de Princeton (EUA), ministrou a palestra A variável população e as Políticas Sociais, com apresentação de estatísticas no que concerne à população, renda, taxa de alfabetização, natalidade, mortalidade, entre e outros dados do país. O pesquisador explicou a dinâmica da população brasileira, seu aumento populacional e fez uma previsão de estabilidade nas taxas de crescimento. Segundo Beltrão, “quando se fala em demografia devemos levar em conta a população humana em diversos aspectos”.

Já Eduardo Mendonça, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentou indicadores de pobreza absoluta no Brasil. “Alguns elementos são de difícil mensuração. A saída para isso é adotar dados sociais mínimos e de insuficiência de renda”, afirmou. Para Mendonça, “a adoção de mínimos sociais não deve ser a partir de desejos sociais historicamente informados. Deve-se desconectar a pobreza das estruturas e dos processos socais e não se deve comparar categorias como pobreza e desigualdade”. O palestrante considera que “os indicadores partem de uma base teórica que se torna realidade com dados da natureza e deu como exemplo algumas formas de ajuda governamentais, como o Bolsa Família”, na ótica da análise de indicadores sociais.

Encerrando as palestras da manhã, Myriam Lins e Barros, antropóloga da ESS-UFRJ, apresentou pesquisa realizada nos anos 1970, onde analisou a situação de idosos de camadas médias sob a ótica dos próprios. A partir da trajetória de vida de mulheres em torno de 60 anos, Myriam analisou tendências atuais como a demora na saída dos adultos da casa dos pais, mais especificamente de mulheres, seu foco de estudo. “A entrada na vida adulta não significa ruptura com a família de origem, o que acontece hoje”, concluiu.