Na última segunda-feira (13/09), o Auditório Professor Manoel Maurício de Albuquerque, do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) da UFRJ, recebeu a Conferência de Abertura “Luiz Carlos Prestes: 70 anos de história do Brasil”. A palestrante Anita Leocádia Prestes, professora adjunta de História do Brasil no Departamento de História da UFRJ e filha de Luiz Carlos Prestes e Olga Benário, expôs uma panorama da trajetória do `cavaleiro`.

">Na última segunda-feira (13/09), o Auditório Professor Manoel Maurício de Albuquerque, do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) da UFRJ, recebeu a Conferência de Abertura “Luiz Carlos Prestes: 70 anos de história do Brasil”. A palestrante Anita Leocádia Prestes, professora adjunta de História do Brasil no Departamento de História da UFRJ e filha de Luiz Carlos Prestes e Olga Benário, expôs uma panorama da trajetória do `cavaleiro`.

">
Categorias
Memória

Homenagem a Prestes – 20 anos sem o Cavaleiro da Esperança

Na última segunda-feira (13/09), o Auditório Professor Manoel Maurício de Albuquerque, do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) da UFRJ, recebeu a Conferência de Abertura “Luiz Carlos Prestes: 70 anos de história do Brasil”. A palestrante Anita Leocádia Prestes, professora adjunta de História do Brasil no Departamento de História da UFRJ e filha de Luiz Carlos Prestes e Olga Benário, expôs uma panorama da trajetória do `cavaleiro`.

 Na última segunda-feira (13/09), o Auditório Professor Manoel Maurício de Albuquerque, do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) da UFRJ, recebeu a Conferência de Abertura “Luiz Carlos Prestes: 70 anos de história do Brasil”. A palestrante Anita Leocádia Prestes, professora adjunta de História do Brasil no Departamento de História da UFRJ e filha de Luiz Carlos Prestes e Olga Benário, expôs uma panorama da trajetória do `cavaleiro`.

A Conferência faz parte do “Seminário e Exposição Prestes – 20 anos sem o Cavaleiro da Esperança”, uma homenagem promovida pela UFRJ à memória do revolucionário líder comunista, no ano em que se registra duas décadas da sua morte. Na mesa do evento de abertura estiveram presentes ainda Raymundo de Oliveira, presidente da Fundação Universitária José Bonifácio (Fujb) – representando o reitor Aloisio Teixeira – e o professor Marcelo Corrêa e Castro, decano do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH).

Importância do legado de Prestes

Anita destacou a importância do resgate ao legado de figuras como Prestes e Tiradentes, em resposta aos esforços constantes de apagá-los do registro da história oficial. Segundo ela, “em um país onde os donos do poder comandam um processo de distorção da memória histórica, através do controle dos meios de comunicação, devemos preservar e desenvolver a história de resistência e luta, que serve de exemplo para os jovens de hoje e se torna essencial para o avanço da justiça social”.

Corrêa e Castro destacou a atual efervescência de sentimentos e debates, que se encontra de acordo com a política de apoio do resgate à memória, à história e à defesa dos direitos humanos, promovida pelo CFCH. Segundo ele, “em vez de ‘vinte anos sem o cavaleiro’, podemos dizer: ‘mais vinte anos com seu legado’”.

Trajetória de luta política

A palestrante expôs resumidamente o modo como, ao longo de 70 anos do século XX, Prestes esteve presente e politicamente ativo na história do Brasil, destacando três momentos articulados da sua trajetória: de patriota indignado passou a revolucionário e, posteriormente, a comunista.

Formou-se engenheiro militar, sempre apoiado e influenciado pela posição política de sua mãe, Dona Leocádia. Logo se juntou ao movimento tenentista, onde deu nome à Coluna Prestes, que promovia levantes revolucionários pelo país. “Os militares comandavam uma guerra de guerrilha na luta pela liberdade, algo um tanto vago, sem reivindicações de caráter social”, disse Anita.

O rompimento com o tenentismo aconteceu em 1930. Recusando a proposta de adesão às oligarquias dissidentes, de onde se destacava a figura de Getúlio Vargas, adota o programa do Partido Comunista Brasileiro (PCB).  Abandona, assim, o nicho de poder e a classe dominante, colocando-se à frente da classe operária e adotando ideais de luta pela revolução agrária e antiimperialista.

Entra na luta antifascista e anti-integralista através de uma ampla frente única, a Aliança Nacional Libertadora (ANL). Apesar do histórico de inimizades entre Prestes e Vargas (o ditador deportou a judia Olga Benário, esposa de Prestes, para a Alemanha, durante ao regime nazista alemão, onde seria executada em um campo de concentração), ‘cavaleiro da esperança’ apoiou politicamente o caudilho gaúcho quando da participação do Exército Brasileiro na Segunda Guerra Mundial.

Prestes percorre ainda um longo período na história do PCB, inclusive quando este cai na ilegalidade no período ditatorial, até 1980. No momento em que, com a Lei da Anistia, retorna do exílio, rompe com o comitê central do PCB, acreditando que o partido havia abandonado seus objetivos revolucionários e traído a classe operária, tendo passado a se preocupar apenas com sua própria sobrevivência.

Lançamento do livro e abertura da exposição

Após a conferência, no Fórum de Ciência e Cultura (FCC-UFRJ), aconteceu o lançamento do livro “Os comunistas brasileiros (1945-1956/58): Luiz Carlos Prestes e a política do PCB”, escrito pela professora Anita, seguido da abertura da exposição “20 anos sem o Cavaleiro da Esperança”. O acervo de fotos é organizado de modo a mostrar a vida de Prestes, de sua infância à sua morte, com destaque para os importantes momentos de sua trajetória de luta política. Concluindo o dia, Monarco da Portela se apresentou com a velha guarda, no Teatro de Arena do Instituto de Economia (IE) da UFRJ.

O Seminário e Exposição acontecem no Campus Praia Vermelha, de 13 a 17 de setembro, e depois será transferido para a Cidade Universitária – Ilha do Fundão, de 20 a 27 de setembro. Na homenagem, além de mesas de debates e da exposição fotográfica, haverá a apresentação do espetáculo teatral “Limites do Impossível” e shows de Monarco da Portela. Segundo Anita, Monarco concluiu a composição de um samba para Prestes, que anos antes havia sido iniciada por Paulo da Portela e, a convite da professora, se apresenta na UFRJ.