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Fórum de Interface entre Cultura e Saúde Mental

Na última quinta-feira (18/08), o "I Fórum de Interface entre Cultura e Saúde Mental" teve sua primeira mesa redonda na parte da manhã com o tema “Cinema e Saúde Mental”. Realizado pelo Instituto de Psiquiatria (Ipub) da UFRJ, em conjunto com o Fórum de Ciência e Cultura (FCC) da UFRJ, o evento aconteceu no Auditório Leme Lopes. Para compor a mesa, coordenada por Maria Tavares, diretora do Ipub-UFRJ, estiveram presentes a cineasta e antropóloga da Universidade Nacional de Brasília (UnB), Débora Diniz, o cineasta Jorge Duran, além do psicanalista Sérgio Zaidhaft.

Para Jorge Duran, a economia transforma o filme em um produto sem originalidade e feito para o grande público. “O cinema brasileiro pode mobilizar, mesmo que seja um pequeno público. Isso não o torna menos importante, desde que faça o público discutir a idéia apresentada. Este país tem pouquíssimas salas de cinemas, o que diminui as possibilidades de circulação dos filmes brasileiros”, analisou. Segundo o cineasta, a falta de autenticidade das películas atuais “acaba se tornando um bom motivo para os mais novos não se interessarem em raciocinar”.

A Casa do Mortos

A segunda palestra, ministrada pela cineasta e antropóloga Débora Diniz, mostrou um pouco das experiências da própria, em um manicômio na Bahia que resultou no fime “A Casa dos Mortos”. A docente explicou que não queria mostrar apenas loucura, nem denunciar tortura, violência, e sim aproximar as realidades desconhecidas, sem cometer exageros, “o que é um desafio para os direitos humanos”, segundo ela.

O filme é roteirizado por um dos internos, que escreveu a poesia “A casa dos Mortos”. Ela passou mais de seis meses no lugar para finalizar o projeto, onde presenciou até a morte de um dos homens que fazia parte da filmagem. O filme recebeu elogios da crítica, venceu festivais e motivou a antropóloga a enveredar pelos caminhos do cinema.