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Teatro e loucura em debate no Ipub-UFRJ

Na última quarta-feira (18/08), o Auditório Leme Lopes do Instituto de Psiquiatria da UFRJ (Ipub) recebeu a mesa-redonda “Teatro e Saúde Mental”, que integra o "I Fórum de Interface entre Cultura e Saúde Mental". O evento é promovido pelo próprio Ipub-UFRJ, em conjunto com o Fórum de Ciência e Cultura (FCC) da UFRJ.

Os componentes da mesa foram José Henrique Moreira, professor do curso de Direção Teatral na UFRJ, Daniel Herz, diretor de teatro, Guilherme Guttman, psiquiatra e professor do Departamento de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (Puc-Rio), e Antonio Quinet, professor do Ipub-UFRJ.

A mesa-redonda abordou a loucura em peças teatrais. José Henrique Moreira acredita que loucura é um artifício para a dramaturgia. “O teatro encontra, na verdade do louco e na falsidade do são, um artifício para contar novas histórias”, afirmou Moreira.

Outra possibilidade para o tema foi apresentada por Daniel Herz: o ator como “louco”. “O ator pode experimentar um repertório de ações que está em seu inconsciente para compor o personagem”, declarou. Porém, de acordo com Herz, há diretores que preferem construir eles mesmos o personagem. “O diretor pode aniquilar a individualidade do ator. Neste processo, o personagem não ganha nada do ator”, afirmou.

O que é teatro?

Antonio Quinet explicou a origem da representação teatral. “A origem da representação é a palavra grega mimesis, mas o teatro não é a mimesis de um personagem e, sim, de uma ação. O termo ‘encenar’ seria mais apropriado que ‘representar’”, definiu.

Já José Henrique Moreira preferiu uma definição “minimalista”, como ele mesmo rotulou. “Teatro é A interpretando B enquanto C olha”. Guilherme Guttman acrescentou que os espectadores vivenciam uma experiência. “C não só olha, como sai transformado por essa vivência”, completou Guttman.