O reitor diz que a Casa do Sambista, antigo sonho dos sambistas cariocas, poderia ficar no lugar do Canecão
Em entrevista a repórteres dos jornais O Globo e Estado de São Paulo, o professor Aloisio Teixeira informou que o Conselho Universitário discutirá a democratização do sistema de acesso à universidade, na sessão do dia 27 de maio, visando a estabelecer calendário de discussões acerca do estabelecimento de cotas, raciais ou sociais, no concurso de seleção. O objetivo é que o confronto de ideias permita que a decisão tomada pela universidade seja democrática e representativa.
O reitor confessou preferir políticas afirmativas que beneficiem estudantes egressos da rede pública de ensino e destacou que as universidades não devem se digladiar umas contra as outras pelos melhores estudantes, mas aceitar os jovens tais como eles são e lhes oferecer ensino de excelência.
Teixeira, no entanto, mostrou-se cético quanto ao caráter socialmente transformador que a adoção de cotas pela UFRJ poderia ter. “Acho que, no caso brasileiro, as cotas não democratizarão, significativamente, o acesso. Apenas 2% dos nossos jovens, entre 18 e 24 anos, têm acesso à universidade pública. Isso (política de cotas) não mudará a realidade”, pondera o reitor.
Em relação ao terreno da Praia Vermelha, no qual funcionava a casa de shows Canecão e cuja posse foi reintegrada à UFRJ em decisão judicial, o professor Aloisio Teixeira informou que a Reitoria planeja transferir para esse local a Editora UFRJ, atualmente instalada de modo inadequado no campus da Praia Vermelha. Além disso, aproveitando a vocação cultural das edificações culturais lá existentes e a amplidão do terreno, as ideias inicialmente discutidas incluem abrigar atividades de artes cênicas e do curso de Direção Teatral, bem como a criação de um Núcleo de Ciências do Carnaval. O reitor pontuou que a Casa do Sambista, um antigo sonho dos sambistas cariocas, poderia ser acolhida no local.