O ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Machado Rezende, esteve no Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (Coppe) na última quarta-feira (05/05) para a inauguração do laboratório Multiusuário de Fusão a Arco, que visa a produzir em escala industrial a primeira liga experimental de zircônio do Brasil. A liga de zircônio é um material utilizado no núcleo de reatores nucleares. O ministro usou o exemplo do laboratório para abordar a questão da verba que é destinada à pesquisa no Brasil.
Rezende não deixou de concordar com a pró-reitora de ensino e pesquisa, Angela Uller, que afirmou que a UFRJ nunca teve tantos recursos para a pesquisa, referindo-se à gestão de Rezende, que está no cargo desde 2005. Ao mesmo tempo, ele não fugiu de uma crítica que havia sido feita anteriormente pelo diretor da Coppe-UFRJ, Luiz Pinguelli Rosa, quanto às restrições impostas pelo Tribunal de Contas da União para a liberação de verbas para a área. O ministro afirma que essas dificuldades são fruto da falta de tradição brasileira na área de ciência e tecnologia.
As perspectivas para o programa nuclear brasileiro também foi um assunto abordado pelo ministro. Ele disse que nos próximos cinco anos o Brasil pode completar o ciclo de urânio. O país possui a sexta maior reserva de urânio do mundo. “A área nuclear é fundamental, porque o Brasil vai crescer e vai precisar de mais energia”, completa Rezende.
O laboratório é uma parceria entre a Coppe-UFRJ, O Instituto Militar de Engenharia (IME) e as Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e foi financiado, em sua maior parte, pelo Finep (Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério de Ciência e Tecnologia), CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Faperj (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro) e Fundação Coppetec. O investimento total foi de R$ 4,4 milhões.
Também estavam presentes ao evento o presidente da INB, Alfredo Tranjan Filho, o comandante do Instituto Militar de Engenharia (IME), general Amir Elias Abdalla Kurban, o presidente do CNPq, Carlos Alberto Aragão, e o diretor de Produção da INB, Samuel Fayad Filho. O projeto foi apresentado à plateia por seu coordenador Luiz Henrique de Almeida, também professor da Coppe-UFRJ.