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Maternidade Escola sedia evento sobre ovários policísticos e depressão

 O Fórum “Síndrome dos Ovários Policísticos”, que aconteceu na última quinta-feira (29/04), na Maternidade-Escola da UFRJ, reuniu especialistas para debater causas e efeitos do “ladrão da identidade feminina”, forma como a síndrome é conhecida. O evento contou com a presença dos professores Márcio Ávila, do Instituto de Ginecologia da UFRJ, Antonio Egidio Nardi, do Instituto de Psiquiatria da UFRJ (Ipub), e Ricardo Vasconcellos Bruno, também do Instituto de Ginecologia.

Para Ávila, “a consulta ginecológica não pode mais se prender a preventivos, ‘papanicolau’ e ultrassonografias. Isso é para os nossos antepassados”. O ginecologista recomenda que as consultas sejam precedidas de aferimento da circunferência abdominal e do IMC (Índice de Massa Corporal), exames para a verificação dos triglicerídeos e do mau colesterol, além de um teste oral de tolerância à glicose.

A síndrome, de acordo com Ávila, pode levar à baixa autoestima, decorrente de uma má qualidade de vida. Além disso, o médico alerta que o paciente pode apresentar transtornos emocionais, apatia sexual e depressão. Ronco alto, parada respiratória, engasgo e sonolência são alguns problemas que também podem ocorrer com mulheres que se encaixem nesse quadro. Para as gestantes, os riscos também são muitos: diabetes gestacional, prematuridade ou até aborto espontâneo. O especialista aconselha a prática de esportes físicos, atividades intelectuais, o cuidado com as amizade e a ingestão de uma taça de vinho por dia, fatores que contribuem para o aumento da qualidade de vida.

A depressão foi outro assunto que dominou os debates no fórum. Para Antonio Egidio Nardi, “todo profissional da área da saúde vai se deparar com um paciente que tenha a doença”. O psiquiatra definiu o distúrbio como um mau funcionamento de neurotransmissores e ainda informou que as mulheres são as mais atingidas pela depressão. Segundo o especialista, fatores como a hereditariedade e estresse de cunho social (pobreza e desemprego, por exemplo), psicológico (como violência e abuso sexual sofrido na infância) e biológico (como gravidez, parto e medicamentos) podem ser responsáveis pelo aparecimento da depressão. 

De acordo com Nardi, tristeza, perda da energia e do prazer para a realização de tarefas cotidianas são sintomas da depressão. O paciente pode apresentar também pensamentos de culpa, inutilidade, inferioridade e, em casos extremos, até tentar o suicídio. O psiquiatra explica ainda que os abusos de álcool e drogas são frequentemente associados à depressão e que nem toda tristeza é depressão.