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Bioética para o bem social

Graças a interesses políticos que utilizam a Bioética para justificar defesa de guerras civis, torturas e abandono dos pobres, o conceito dessa ciência é bastante distorcido em todo o mundo, segundo o professor chileno Miguel Kottow, representante da Escuela de Salud Publica, da Faculdad de Medicina da Universidad de Chile, que na manhã desta quarta-feira (18/3) deu a aula inaugural da primeira turma de doutorado do curso de Bioética da UFRJ, no salão nobre do Instituto de Estudos de Saúde Coletiva (IESC) da universidade.

Abordando os desafios e propostas da Bioética mundial, o professor Kottow disse que devemos combater a existência de uma Bioética sem preocupação social, com discursos dialéticos sem efeitos práticos, e que defende interesses corporativos, ligados à indústria farmacêutica.

Miguel Kuttow definiu a própria Bioética como “a reflexão sobre atos humanos realizada em liberdade e com responsabilidade, destinada à adaptação harmônica do ser humano e seu entorno natural”. A seguir, ele citou algumas das propostas e preocupações defendidas pela Bioética atual, como a Bioética Global, reduzindo o papel dos estados individuais e criando uma cultura coletiva através de uma moral comum, a resolução dos problemas públicos e a educação em Bioética da população.

Por fim, Kuttow deu foco a um assunto muito específico e segundo ele fundamental: a construção da Bioética Pública, que trata da relação entre os chamados “quatro pilares da Bioética”: participação, deliberação, proteção e pragmatismo, todos desenvolvidos com foco no bem social.