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Debate no 12º VideVídeo discute produção de vídeo na internet

O 12º Festival de Vídeos Universitários (VideVídeo), organizado pela Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ, teve início nesta terça (30/03). O evento promoveu o debate "O Amador como Modelo de Produção Criativa”, que contou com a presença do jornalista Marcelo Tas, do CQC; Antonio Tabet, produtor do programa “Caldeirão do Huck” e jornalista do blog Kibe Loco; Ariel Alexandre, do website Videolog Inc; Paula Martini, pesquisadora da Fundação Getúlio Vargas (FGV), e Rafael Fernandes, do blog Jacaré Banguela. 

Os participantes discutiram como a internet mudou a forma de se publicar e produzir vídeos. Alexandre demonstrou, através da exibição de filmes, como a definição entre produtor e consumidor se confunde numa rede de “mão dupla”, onde todos podem exibir seus produtos. “Todos os usuários do Videolog são produtores e consumidores dos vídeos postados lá”, afirmou Ariel Alexandre.

Para Tas, a definição entre amador e profissional se tornou obsoleta e a facilidade de se publicar foi uma das grandes revoluções da internet. “Na minha época, a gente produzia muito, mas não tinha onde publicar. As pessoas não valorizam isso, porque é muito fácil, é só dar um click”, comentou.

O jornalista acredita que um dos fenômenos recentes da rede é a rede social Twitter. De acordo com Tas, a ferramenta não só mudou a internet, mas a relação entre a televisão e o telespectador. “É a primeira vez que posso saber a reação do telespectador simultaneamente ao programa”, declarou.  A televisão mundial, segundo o comunicador, está em decadência clara e não consegue acompanhar esse fenômeno. “A televisão precisa muito mais do internauta do que estes daquela”, analisou.

Já Antonio Tabet acredita que o crescimento da Internet não vai acabar com a televisão. Segundo o jornalista do website Kibe Loco, “a TV é um agregador de pessoas”. O blogueiro afirma que o futuro do veículo está atrelado ao da rede. “Eu vejo pelo programa que trabalho. Tanto o programa da TV quanto o site aumentaram a audiência nos últimos anos”, destacou. O fato interessante, de acordo com Tabet,  é que “quando o programa está com a audiência alta, o número de acessos também aumenta,  simultaneamente”.

Paula Martini afirmou que, com a internet, denominada pela , pesquisadora da FGV, “a nova revolução” é preciso repensar as questões mercadológicas já que a internet cria nichos de interesses e de pessoas cada vez mais definidos. “Ás vezes, para uma empresa, é melhor anunciar para 20 mil consumidores potenciais que lêem um blog, do que para 1 milhão de pessoas aleatórias”, declarou. 

Rafael Fernandes, do blog Jacaré Banguela, acredita que é possível sim, ganhar a vida como blogueiro. “Eu me sustento com o blog desde 2008. São banners, posts patrocinados e cobertura de eventos”, afirmou. A questão ética, para Fernandes, fica a critério do autor. “Eu não acho problema nenhum em ter posts patrocinados, mas não coloco quem enviou, acho que o leitor sabe. Tem gente que põe. Cada um decide”, opinou.

Alexandre também demonstrou isso, com o exemplo de diversos usuários do Videolog que são pagos por grandes empresas para produzir. “Hoje em dia, com a acessibilidade de uma câmera de qualidade, é possível fazer um vídeo de alta qualidade sem grandes recursos técnicos”, disse. Rafael Fernandes, colaborador eventual do Kibe Loco, acredita que a definição de qualidade de um vídeo hoje não é mais técnica, porém, o conteúdo e o assunto que abordam.

Todos, no entanto, afirmaram se alimentar da internet e da produção dos internautas. Quando perguntado sobre o critério que se utiliza para postar ou não um vídeo, Fernandes é categórico. “O vídeo tem que ser bom. No caso do meu blog, engraçado”, concluiu.