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Definindo os interesses da ciência

 Em prosseguimento aos seminários que abrem o curso de Bioética do Doutorado da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ocorreu nesta sexta-feira (19/03), a apresentação de Maria Luisa Pfeiffer, da Universidade de Buenos Aires, sobre a definição dos interesses da ciência moderna.

Denominada “Ciência e Consciência: Que interesses se deve considerar?”, a palestra buscou abordar a atuação dos pesquisadores científicos, definindo quais devem ser  suas escolhas baseado-as em ética e responsabilidade social.

Segundo Pfeiffer, os conflitos econômicos, religiosos e políticos possuem como natureza o choque de interesses diferentes. “Interesse é tudo aquilo que nos empurra para conseguir algo”, define a palestrante. Baseada nisso, ela expõe que a ciência, ao contrário dos seguimentos econômicos, políticos e religiosos, deve ter como interesse principal a preocupação de “melhorar a vida”, juntamente com a tecnologia, que, por sua vez, tem como objetivo fundamental o de auxiliar.

Maria Luisa, por outro lado, explica que o que ocorre atualmente é uma divisão de interesses por parte dos pesquisadores, que entram em conflito quando definem suas áreas de atuação nas pesquisas e mantém o foco principal em empresas privadas, ignorando o bem comum. A palestrante diz que os interesses econômicos muitas vezes prevalecem, e as pessoas acreditam que não podem fazer nada para superá-los. Porém, segundo ela, os interesses da ciência não podem destoar dos interesses da comunidade, pois esta é a principal área da atuação científica.

“Ainda não podemos confiar na ciência nem na tecnologia. Para que isso aconteça, essas áreas devem encontrar primeiro uma postura prevalecentemente ética”, conclui Maria Luisa Pfeiffer.