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Doutorando defende tese sobre transtorno do pânico

Marco André Urbach, doutorando do Instituto de Psiquiatria (Ipub) da UFRJ, defendeu a tese ”Transtorno do pânico e tontura persistente”, nesta sexta (19/03), no auditório Lemes Lopes, no campus da UFRJ na Praia Vermelha. Os professores Antônio Egídio Nardi e Alexandre Valença foram os orientadores do trabalho.

O Transtorno do Pânico (TP) tem como um de seus sintomas a apresentação de quadros de tontura, principalmente durante os ataques. Para Urbach, a importância de conhecer mais sobre a tontura recorrente está em melhorar o tratamento oferecido. “Muitas vezes, um paciente com aceleração cardíaca durante as crises é encaminhado pelo próprio psiquiatra a um cardiologista”, explica Urbach. “No entanto, isso não acontece com a tontura. Dificilmente se encaminha este paciente ao otorrinolaringologista, o que pode ser um erro.”

Segundo ele, isso ocorre, pois a maioria dos psicólogos e psiquiatras compreende as tonturas como meros sintomas do pânico, deixando de notar os malefícios provocados por elas. “Muitos pacientes desenvolveram agorafobia (aversão a espaços abertos ou a multidões) por medo de ficarem tontos e, com isso, caírem ou serem atropelados.” Dessa maneira, se não tratado, o que antes era sintoma, pode acabar tornando-se empecilho ao tratamento.

Pesquisas e testes

Estudos recentes, como os já publicados em 2010 pelo britânico The Journal of Laryngology & Otology, mostram que a tontura é mais grave e de mais difícil tratamento quando acompanhada do TP.

Para o seu projeto, Marco Urbach recrutou pacientes do Ipub que apresentam, no quadro clínico, problemas de pânico e tonturas. Mais de 90% eram diagnosticados com agorafobia e cerca de um terço sofria de depressão. Todos os envolvidos deveriam conhecer e concordar com os exames.

A metodologia utilizada foi semelhante a dos estudos internacionais, que se baseiam, dentre outras coisas, na utilização de remédios para tontura e pânico, e em testes com os reflexos vestibulares (referentes ao equilíbrio) dos pacientes. Exames com foco na relação entre tonturas recorrentes e o desenvolvimento do quadro clínico de pânico eram inéditos no Brasil, até então.