A secretária de Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro, Marilene Ramos, afirmou nesta terça, dia 12, que o Governo do Estado contará com um grupo de especialistas em risco de enchentes e desabamento de encostas para a prevenção de tragédias naturais, composto por, entre outros, de professores e pesquisadores da UFRJ. O anúncio foi feito em visita ao auditório do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ), motivado pelos deslizamentos ocorridos na virada do ano, em Angra dos Reis, e pelas enchentes na Baixada Fluminense.
Antes do comunicado, a secretária esteve reunida, por aproximadamente duas horas, com especialistas não só da Coppe/UFRJ como de outras universidades. Segundo Marilene, o primeiro desafio da equipe será dar suporte à cidade de Angra dos Reis ao mapear áreas de risco de desabamento e inundações e implantar um sistema de monitoramento dessas áreas.
Os especialistas presentes ao encontro defenderam a aquisição de radares meteorológicos, desde as apresentações ilustrativas da manhã sobre inundações e desmoronamentos de encostas. Segundo a secretária, para mapear todo o Estado do Rio de Janeiro são necessários três radares. Marilene Ramos admitiu a relevância da reivindicação, mas devido ao alto custo dos equipamentos, apenas se comprometeu a analisar a viabilidade do pedido.
Segundo ela, um consórcio com empresas privadas poderia ser a solução para o custo elevado dos radares, que também oferece vantagens às mesmas. O diretor da Coppe/UFRJ, Luiz Pinguelli Rosa, que coordenou a reunião, lembrou também que o dinheiro pode vir do Ministério das Cidades ou da Integração, mas reivindicou mais rapidez na liberação das verbas. “Era preciso o Governo Federal agilizar o acesso a esses recursos”. O sistema de alerta previsto para Angra, que mapeará a região e implantará o sistema de monitoramento, será custeado pelo Governo Estadual.
Nas apresentações da manhã, o professor da Coppe/UFRJ Willy Lacerda e o engenheiro Herbem Maia, do Instituto de Geotécnica do Município do Rio de Janeiro (Geo-Rio), órgão responsável por estudos geotécnicos no município do Rio de Janeiro, deixaram claro que é preciso um órgão com função semelhante para cobrir todo o estado.
Marilene Ramos, entretanto, afirma que é muito cedo para uma “Geo-Rio estadual”. Citando a experiência da criação do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), ela lembrou a demora de dois anos para a contratação de funcionários públicos. O apoio do grupo de especialistas atenuaria outra dificuldade: a de atrair técnicos para um projeto fixo.
Marilene fez questão ainda de elogiar a iniciativa do prefeito de Angra dos Reis, Tuca Jordão, pela demolição das casas prometidas nas regiões identificadas como de risco no município.