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Cinema e Educação unidos no Fórum

Um projeto que reúne a Faculdade de Educação da UFRJ (FE) e o Museu de Arte Moderna (MAM) desde o ano passado continua a gerar frutos. O mais recente III Encontro Internacional de Cinema e Educação da UFRJ, realizado em três ciclos que ocorrem tanto na universidade como no museu. O evento conta com palestras, exposições cinematográficas e debates, tendo como foco a relação do cinema e da arte com a educação formal.

Na segunda-feira (30/11), o Fórum de Ciência e Cultura abrigou o ciclo O Cinema Vai à Escola, contando com a colaboração da Reitoria da UFRJ, da Cinemateca MAM-Rio, do Colégio de Aplicação da UFRJ (CAp), da Rede Latino-Americana de Educação, dentre outros. O ciclo Cinema Faz Escola aconteceu na terça-feira (1/12) no MAM. Também  no museu, mas na Cinemateca, acontece até sexta-feira (5/12) o ciclo II Mostra FE/UFRJ.

Música e Cinema

Graças ao blues de Carlos Malta, os participantes iniciaram uma segunda-feira “mais relaxante”, como o músico premiado designou. Ele participou da etapa Música Instrumental no Cinema, abrindo o evento e acompanhado do estalar de dedos de uma plateia envolvida. “É muito bom iniciar uma segunda-feira desse jeito”, opinou. Jorge Larrosa, doutor em Pedagogia pela Universidade de Barcelona, deu segmento ao evento na parte da manhã.

No debate Fragmentos Cinematográficos sobre a Transmissão exibiu o filme The eye above the well (“O olho sobre o poço”, em tradução livre), do diretor alemão Johan van der Keuken. O documentário trata das relações com a educação, o dinheiro e a arte, tendo a Índia dos anos 80 como pano de fundo. É um filme que, segundo Larrosa, busca aproximar-se do objeto filmado “como se quisesse tocar sua pele”.

Ao longo de seus 94 minutos, o longa-metragem exibiu uma sequência na qual a repetição dos ritos sagrados, gestos e ensinamentos fundia-se com a vida cotidiana do povo indiano. Para Jorge Jarrosa, The eye above the well é “como se fosse um bloco de notas de viagem”: sua intenção não seria narrar, criticar ou sensibilizar, mas oferecer um olhar contemplativo. A partir de então, seria possível questionar as certezas da própria cultura. Na parte da tarde, iniciaram-se os debates com foco no cinema, no currículo, no ensino e na infância.