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Memória

Professora da Escola de Música homenageia Villa-Lobos

Concerto realizado, no último dia 11, celebrou a obra de um dos principais compositores brasileiros.

 Como homenagem aos 50 anos de morte de Heitor Villa-Lobos – a serem completados no próximo dia 17 -, Miriam Ramos, pianista e professora da Escola de Música da UFRJ, organizou um concerto que  remonta a trajetória da carreira do maestro brasileiro. Organizado pela Academia Nacional de Música, o concerto ocorreu no Salão Dourado do Fórum de Ciência e Cultura (FCC) da UFRJ, na última quarta, dia 11.

Nascido no Rio de Janeiro em 1887, Villa-Lobos, sempre foi um amante das tradições brasileiras e se utilizou do folclore local para basear suas composições. “Orientado por Alberto Nepomuceno, músico em quem se inspirou, suas obras sempre primaram por um caráter nacionalista”, afirmou Miriam, lembrando que a iniciação musical do compositor ocorreu ainda criança, quando aprendeu a tocar violoncelo com o pai.

A professora destacou ainda que, apesar de não ter sido pianista, Villa-Lobos conseguiu criar mais de 200 canções para piano. “Muitas delas fantásticas”, opinou. Suas produções também foram utilizadas por outras manifestações artísticas, como música de cinema, bailado, poemas sinfônicos, além de canções que até hoje são tocadas por quem está aprendendo violão.

Segundo Miriam Ramos, o choro foi outro gênero musical presente na vida do maestro desde a adolescência. Com apenas 12 anos, já andava acompanhado de “chorões” como Pixinguinha, Ernesto Nazareth, Donga, João Pernambuco e Anacleto Medeiros. “Villa-Lobos viveu em uma época de imensa transformação sociocultural e com grandes expoentes do meio artístico”, declarou Miriam, recordando que o artista foi o único compositor a participar da Semana de Arte Moderna em São Paulo (1922), com o objetivo de lançar sementes de uma arte genuinamente brasileira na cultura.

Reproduzindo algumas peças musicais de Villa-Lobos gravadas pelos pianistas Ísis Moreira e Arnaldo Estrella – como Ciranda Cirandinha, Passa Passa Gavião e O Cravo Brigou com a Rosa –, a palestrante ressaltou a condição nacionalista do artista brasileiro, que refutava os ensinamentos estrangeiros. “Quando, com relutância, Villa-Lobos fez carreira internacional e foi se apresentar em lugares como Paris e Nova Iorque, ele costumava dizer: ‘Eu não vim aqui aprender, nem estudar. Eu vim simplesmente mostrar a minha música’”, enfatizou.