O governador Sérgio Cabral Filho visitou a UFRJ na manhã desta segunda, dia 19, para vistoriar o andamento das obras de revitalização e recuperação ambiental dos canais do Cunha e do Fundão.
Acompanhado pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e do pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento (PR-3) da UFRJ, Carlos Levi, Cabral percorreu alguns pontos das obras. Iniciadas em maio deste ano, elas pretendem desassorear, até setembro de 2010, 7 quilômetros de extensão do Canal do Cunha e dragar cerca de 2 milhões de metros cúbicos de sedimentos contaminados do Canal do Fundão.
Tendo como horizonte o ano de 2016, quando o Rio será sede dos Jogos Olímpicos, Sérgio Cabral afirmou que a recuperação dos canais, porta de entrada da cidade do Rio de Janeiro, é um presente para a cidade. “Este projeto dará um salto de qualidade ao Rio. Não só do ponto de vista estético, além de modificar um cartão-postal negativo, também é capaz de fornecer melhores condições de vida para as comunidades do entorno”, comentou.
O governador enfatizou, no entanto, que a intenção não é preparar apenas a cidade para o evento esportivo: “Nós desejamos chegar em 2016 com um outro Rio de Janeiro, que demonstre qualidade antes, durante e depois dos jogos olímpicos”, apontou.
Para a UFRJ, cujo papel no projeto é fiscalizar o andamento das obras, além de dar uma destinação ao lodo e parte da matéria orgânica coletada, a recuperação dos canais se traduzirá em um melhor ambiente para a execução das atividades acadêmicas. “Vai influenciar a nossa autoestima”, observou Ângela Rocha, presidente da Comissão de Acompanhamento e Fiscalização das Obras.
Além de extinguir o mau cheiro que afeta determinadas áreas da Ilha da Cidade Universitária, a revitalização dos canais do Cunha e do Fundão suscitará melhores condições para os moradores da Vila Residencial. Isso porque o saneamento dessa região é uma das metas previstas no projeto. Para Joana Pereira, integrante da Associação de Moradores da Vila Residencial (AmaVila-UFRJ), a efetivação dessa antiga reivindicação dos habitantes do local abrirá caminho para que outras mudanças, como pavimentação, promoção de esporte e lazer, sejam realizadas. “A integração é entre o governo, a UFRJ e a Petrobras, mas quem ganha é a população”, ressaltou Carlos Minc, que também é professor da UFRJ.
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Violência
Durante a visita, o governador comentou os conflitos ocorridos no último sábado, dia 17, na Zona Norte do Rio. No episódio, um helicóptero da Polícia Militar foi abatido, ocasionando a explosão do veículo e a morte de dois policiais que estavam a bordo. Cabral garantiu que, a despeito dos conflitos, a política de enfrentamento ao crime organizado, com a ocupação de favelas, continuará. Segundo ele, eventos como este representam uma reação dos criminosos diante das ações do governo de combate ao crime. “Nós continuaremos com a política de apreensão de armas, prisão de criminosos e incursão em comunidades. Estamos mudando a condição financeira e a força de armamento das quadrilhas”, pontuou.