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Resgate de Instituto de Belford-Roxo é tema de pesquisa

Um estudo intitulado “Re-significando o Centro Cultural Donana: um lugar de memória na Baixada Fluminense”, da aluna da Escola de Belas Artes Érica Soares do Nascimento, foi apresentado no dia 08/10, na Faculdade de Educação da UFRJ.  A orientação acadêmica foi da professora Phrygia Arruda e a coordenação ficou por conta dos professores Amaury Fernandes e André Parente, ambos da Escola de Comunicação.

Érica do Nascimento é prova dos desafios de se lidar com uma pesquisa que, por vezes, confunde-se com o próprio pesquisador: o Instituto Donana pertence à sua família desde 1988, quando suas tias o adquiriram para formar um espaço de desenvolvimento cultural. O nome do local, inclusive, é uma homenagem a “Dona Ana”, sua avó.

O espaço voltava-se para movimentos artísticos, como exposições em museus e festas com músicos da Baixada Fluminense. Viu nascer grupos como O Rappa e  Cidade Negra. No entanto, deixou de existir em 1994 por falta de recursos. Diz a pesquisadora que o poder público auxiliava apenas com investimentos para o Movimento de Alfabetização para Adultos, que também ocorria no local.

A autora da pesquisa explica que considera importante resgatar o Instituto do espaço da memória. Segundo ela, é fundamental que não se esqueça que, a despeito de ser uma região de escassez econômica, em Belford-Roxo “tem muita gente querendo fazer arte e cultura. Daí o porquê da importância da pesquisa”. Mais do que simplesmente “recordação”, o objetivo é a promoção da alfabetização cultural.

Hoje, tenta-se resgatar o local com a exibição de filmes produzidos pelos próprios moradores da região. “É um resgate material e imaterial”, afirma Érica do Nascimento.

A pesquisa, bastante extensa, ainda se encontra em desenvolvimento e recebe como fontes de dados entrevistas (com parentes de Érica ou de antigos frequentadores do Centro), fotos, artigos de jornais e bibliografia.