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Parque Lage, Oásis de Liberdade

Nesta quarta-feira (7/10), durante o segundo dia de exposições da XXXI Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, o estudante Daniel Haimson apresentou, no campus da Praia Vermelha da UFRJ, um trabalho de pesquisa sobre o espaço representado pelo Parque Lage na década de 70, em meio ao regime ditatorial.

Um parque, muitas árvores e uma construção antiga com o Corcovado ao fundo. Uma pequena composição que foi nos anos 70 muito mais do que seus meros atributos físicos, como mostra o estudante. Em meio a uma onda de repressão e de censura prévia, o Parque Lage se tornou uma espécie de “Oásis de liberdade”, aponta Daniel.

Naquele início de década, que trazia o legado europeu de revolta estudantil fortemente marcado pela contracultura, o Brasil teve sua experimentação própria de articulação, sua reação ao movimento libertário do mundo, como diz o estudante, para se referir ao espaço situado no bairro do Jardim Botânico, que foi palco de muitas manifestações realizadas por artistas e intelectuais.

A censura prévia e as Leis de Imprensa, caracterizados e enfatizados pelo AI-5, criavam uma atmosfera de constante insegurança entre os jovens e membros das classes intelectuais e artísticas, de modo que era necessário um lugar de livre expressão das ideias. Segundo Daniel, esse lugar, definitivamente, era o Parque Lage.

EAV, ou Escola de Audiovisual do Parque Lage, foi como ficou conhecido o antro de cabeças revolucionárias que marcariam as manifestações de rua e do cinema, e ali “existia uma espécie de acordo implícito, ou algo do tipo, que fazia com que o Parque Lage não fosse importunado pelos militares”, revela Haimson.