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A farinha de linhaça no combate à obesidade

A nutricionista e pesquisadora do Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC) Wania Lúcia Araújo Monteiro trabalha na obtenção de alimentos que auxiliem no tratamento nutricional, principalmente em casos de obesidade. Na tarde desta quarta-feira (7/10), no Anfiteatro de Microbiologia, pela XXXI Jornada de Iniciação Científica, Artística e Cultural (JIC) ela apresentou o estudo “Efeito da Dieta Hipocalórica com Suplementação de Diferentes Tipos de Farinha de Linhaça nos Dados Antropométricos, na Composição Corporal e em Parâmetros Bioquímicos de Mulheres Obesas”.

Seu objetivo foi verificar o efeito da suplementação com farinha de linhaça marrom integral (FLMI), farinha de linhaça marrom desengordurada (FLMD) e farinha de linhaça dourada (FLD) na perda de massa corporal, redução de circunferências corporais, na composição corporal e nos parâmetros bioquímicos – colesterol e triglicerídeos – em mulheres obesas.

Foram selecionadas 13 mulheres obesas, entre 30 e 45 anos, no ambulatório de Nutrição do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho. Na primeira consulta, elas ficaram por 12 horas em jejum noturno para a realização da avaliação antropométrica. Foram tomadas as medidas da massa corporal, estatura, das circunferências corporais, composição corporal por meio da bioimpedância elétrica (BIA) e coleta de sangue, para análise do colesterol e triglicerídeos.

As pacientes receberam um plano alimentar balanceado, de acordo com Dietary References Intakes subtraindo 513 quilocalorias para perda de dois quilos por mês e saches contendo um dos tipos de linhaça, com as devidas orientações para sua ingestão no desjejum diário. Durante um mês, elas tiveram que ingerir 30 gramas de farinha de linhaça, sendo que cinco receberam FLMI, cinco FLMD e três FLD.

Na segunda consulta, o grupo apresentou significativa redução no índice de massa corporal (IMC) médio, que passou a ser de 34,9, quando antes era de 38,2. Foi observada redução da massa corporal nos três tipos de farinha de linhaça. Entretanto, somente as mulheres que ingeriram a farinha de linhaça marrom integral tiveram significativa redução da circunferência de cintura e da circunferência de quadril.

Em relação à composição corporal e aos parâmetros bioquímicos, observou-se pequena redução da massa gorda e melhora do perfil lipídico, mas não houve diferença estatisticamente significativa entre os três tipos de farinha de linhaça.

O estudo concluiu que a dieta prescrita associada ao consumo da farinha de linhaça mostrou-se eficiente na redução da massa corporal. Os resultados apontam que a FLMI, coincidentemente a farinha mais barata, pode ser a melhor opção entre os diferentes tipos analisados para a obtenção da perda de massa corporal e melhora nas alterações metabólicas associadas à obesidade a curto prazo.

Porém, a farinha de linhaça é apenas um coadjuvante para a perda de peso. Apenas o seu consumo, visto que é um alimento bastante calórico, não propicia os resultados esperados para o tratamento nutricional.