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A evolução do comportamento de risco para transtornos alimentares

Analisar a evolução do comportamento de risco para transtornos alimentares, em um intervalo de cinco anos, comparando dados de dois estudos com adolescentes de escolas públicas de Niterói. Esse foi o objetivo de graduanda em Nutrição do Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC/UFRJ) Luciana Lourenço. Na tarde desta quarta-feira (7/10), no Anfiteatro de Microbiologia, a pesquisadora apresentou o trabalho “Prevalências de Comportamentos de Risco para Transtornos Alimentares Reduzem entre Adolescentes Estudantes de Escolas Públicas em Período de 5 Anos”, na XXXI Jornada de Iniciação Científica, Artística e Cultural (JIC).

Segundo Luciana, “os transtornos alimentares são síndromes comportamentais caracterizadas por preocupação excessiva com a forma e o peso corporal, que leva o indivíduo a adotar comportamentos alimentares inadequados visando à perda de peso”.

Para o estudo, foram sorteados aleatoriamente 20% dos estudantes de três escolas públicas de Niterói, com idades entre 12 e 19 anos. Eles responderam a questionários simplificados, desenvolvidos por pesquisadores do INJC. Foi investigada a frequência, ao menos uma vez por semana, nos três meses anteriores, de episódios de compulsão alimentar, mecanismos compensatórios – como o uso de laxantes, diuréticos, vômitos autoinduzidos – e dietas restritivas.

O mesmo procedimento foi adotado em 2003, quando foram avaliados 561 estudantes (37% meninos e 63% meninas), e em 2008, com 473 adolescentes (40,7% meninos e 59,3% meninas) respondendo aos questionários. 

Na comparação dos dados de 2003 e 2008, entre os comportamentos de risco mais frequentes, constatou-se redução de episódios de compulsão alimentar (36,7% para 30,1%) e de dietas restritivas (23,9% para 17%). Ainda houve um aumento não significativo do uso de diuréticos (1,4% para 2,6%) e vômito autoinduzido (1,2% para 2,4%).

Nas duas avaliações as meninas apresentaram maior frequência de comportamentos de risco para os transtornos alimentares em relação aos os meninos. As diferenças foram significativas para dietas restritivas em 2003 (32,0% contra 10,1%), para vômito autoinduzido (4,4% contra 0,0%) e dietas restritivas (24,6% contra 5,8%).

A pesquisadora concluiu que, apesar do evidente declínio das prevalências de comportamentos de risco para os transtornos alimentares, tais comportamentos ainda continuam elevados entre os adolescentes, principalmente os episódios de compulsão alimentar e dietas restritivas. E as meninas continuam sendo o maior grupo de risco, merecendo atenção especial para as medidas de combate ao problema.